"KAD�, IMAGINA��O F�RTIL"
IPATINGA � UMA CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, FAMOSA POR SEUS CHAL�S E CACHOEIRAS, FORMA��ES ROCHOSAS E MUITA BELEZA NATURAL.
SAI DE F�RIAS NA INTEN��O DE PASSAR APENAS UMA SEMANA EM IPATINGA. NA BAGAGEM, MUITOS CDS, LIVROS E CHOCOLATES. � CLARO!
CHEGANDO NA T�O FALADA CIDADE, QUE MEUS TIOS INSISTIAM TANTO QUE UM DIA EU FOSSE CONHECER, ME ENCANTEI COM TAMANHA BELEZA, ELES N�O HAVIAM EXAGERADO EM NADA NO QUE DIZ RESPEITO � CIDADE, ERA MARAVILHOSA!
ALUGUEI UM CHAL� E FUI LOGO ARRUMANDO AS MINHAS COISAS. O LOCAL ERA AMPLO E ESPA�OSO, COMO EU.
NA TARDE DO DIA EM QUE CHEGUEI, RESOLVI DAR UMA CAMINHADA PRA RECONHECIMENTO TERRITORIAL. PASSEI POR PAISAGENS LINDISS�MAS, TIREI ALGUMAS FOTOGRAFIAS, ENFIM, FUI PRA LÁ JUSTAMENTE PARA DESCANSAR.
PAREI EM UMA DAS CACHOEIRAS, QUE TINHA, APROXIMADAMENTE, UNS, 20 METROS DE ALTURAS E DESAGUAVA EM UMA PISCINA NATURAL DE �GUAS CRISTALINAS. SENTEI-ME UM POUCO PARA DESCANSAR DA AVENTURA.
PASSADO-SE ALGUNS MINUTOS, ACHO QUE MEIA-HORA, RESOLVI DAR UMA REFRESCADA NAQUELA PISCINA NATURAL, IRRESISTIVEL! TIREI O MEU SHORT ESTILO CARGO, FICANDO DE SUNGA E MERGULHEI. HÁ, COMO ERA BOM! DEI VÁRIAS BRA�ADAS, QUANDO NADANDO DE COSTAS, PERCEBI, NO ALTO DO ROCHEDO, UMA PEDRA PLANA, N�O AGUENTEI E SUBI AT� LÁ EM CIMA.
QUANDO OLHEI PARA BAIXO, VI AQUELE CENÁRIO, DIGNO DE UM REI, PORQUE ERA ASSIM QUE ESTAVA ME SENTINDO, EM UM INPULSO, PULEI DO ALTO DO PENHASCO PARA DENTRO DA PISCINA NATURAL, POR SINAL FUNDA. FOI UMA LOUCURA FAZER AQUILO, MAS ESTAVA MUITO ENPOLGADO.
ENTREI COMO UM COMETA DENTRO DA �GUA O QUE ME FEZ, PELA PRESS�O DO MEU CORPO COM A �GUA, DESMAIAR. N�O VI MAIS NADA.
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ACORDEI ALGUNS MINUTOS DEPOIS, COM UMA DOR TERR�VEL NA CABE�A E NAS COSTAS, DEITADO SOBRE UMA TOALHA AZUL � SOMBRA DE UMA �RVORE. FUI ABRINDO OS MEUS OLHOS LENTAMENTE E UM VULTO COME�A A TOMAR FORMAS EM MINHA FRENTE, PRIMEIRO COMO UM VULTO FEIO, PARECENDO UM MONSTRO DEFORMADO E DEPOIS COME�OU A MOLDAR OS SEUS CONTORNOS FACIAIS UAU! FOI O QUE PENSEI QUANDO MINHA VIS�O RETORNOU AO ESTADO NORMAL. A MINHA FRENTE ESTAVA UMA COISA... UM SER... UM...SEI LA O QUE... MAS, S� SEI QUE ERA INPRESSIONANTE.
- O QUE ACONTECEU? (PERGUNTEI).
- VOC� ESTAVA BOIANDO NO LAGO. VI QUANDO PULOU DO PENHASCO, QUANDO ENTROU NA �GUA E N�O SUBIU FIQUEI PROCUPADO E VIM VER O QUE HAVIA ACONTECIDO COM VOC�, QUANDO CHEGUEI, ENTREI NA �GUA E O RETIREI, SE N�O IRIA MORRER AFOGADO.
- NOSSA!... MUITO OBRIGADO! QUE INRRESPONSABILIDADE A MINHA. � QUE ESTAVA T�O ENPOLGADO COM ESSE LUGAR QUE NEM TOMEI AS DEVIDAS PRECAU��ES.
- TOME MAIS CUIDADO DA PROX�MA VEZ, DESTA EU ESTAVA AQUI, MAS DE UMA OUTRA... MUITO PRAZER, SOU VICTOR E VOC� �...?
- HÁ!... DESCULPE-ME!... DOUGLAS. PRAZER! (APERTOU A MINHA M�O COM UM FORTE E FIRME PUNHO).
FUI LEVANTANDO-ME LENTAMENTE COM A AJUDA DE VICTOR, PERGUNTEI SOBRE AS MINHAS COISAS E ELE ME DISSE QUE ESTAVAM TODAS DENTRO DE MINHA MOCHILA. ELE HAVIA ENCONTRADO NA BEIRA DO LAGO E TINHA GUARDADO TUDO DENTRO. SENTI UM POUCO O MEU P� ESQUERDO.
- VOC� QUER AJUDA?
- MEU P� ESTA UM POUCO DOLORIDO.
- QUEBROU SERÁ?
- N�O, N�O, S� ESTA DOENDO.
- POSSO LEVÁ-LO AO POSTO DAQUI, SE QUISER, ESTOU DE CARRO E...
- N�O PRECISA SE PREOCUPAR, VOC� JÁ FEZ DEMAIS POR MIM HOJE.
- N�O, VAMOS VER O QUE �, PODE SER GRAVE, VAMOS! EU O AJUDO A CHEGAR AO CARRO, CERTO? VEM!
PEGOU-ME PELA M�O E FAZENDO-ME APOIAR EM SEU OMBRO LEVOU-ME AT� O CARRO, FIQUEI SENTADO ENQUANTO ELE FOI PEGAR AS MINHAS COISAS NO LAGO.
RUMAMOS PARA O PRONTO SOCORRO DE IPATINGA HÁ DOIS KM DA CACHOEIRA ONDE EU ME ENCONTRAVA. O M�DICO QUE ME ATENDEU, CONSTATOU QUE EU HAVIA APENAS MACHUCADO UM POUCO O TORNOZELO, N�O CHEGOU A QUEBRAR OU LUXAR, GRA�AS A DEUS!
SAIMOS DE LÁ E ELE QUIS ME LEVAR EM CASA.
- ONDE � QUE VOC� MORA?
- EM S�O PAULO.
- NOSSA! LONGE HEIN!
- MAS EU ESTOU PASSANDO AS MINHAS F�RIAS AQUI EM IPATINGA, EM UM COMPLEXO DE CHAL�S QUE TEM PR�XIMO AO PARQUE DAS CACHOEIRAS, UM LUGAR MUITO BONITO.
- MAS QUE DÁ MUITO TRABALHO PRA PRESERVAR COMO ESTA. MEU PAI � O DONO DO COMPLEXO.
- S�RIO?
- �! VOC� ESTA EM QUAL CHAL�?
- NO MAIS ALTO DA COLINA, BEM PERTINHO DA PONTE.
- EU TE LEVO AT� LÁ.
CHEGAMOS, ELE ME AJUDOU A DESCER DO CARRO E ENTRAR NO CHAL�. ME P�S SENTADO NA CAMA NO ANDAR DE CIMA.
- AGORA EU PRECISO IR.
- V�CTOR, MUITO OBRIGADO PELO O QUE VOC� FEZ. CARA, SE N�O FOSSE VOC� EU NEM SEI ONDE EU ESTARIA AGORA.
- N�O FOI NADA, QUALQUER UM TERIA FEITO O MESMO EM MEU LUGAR. MAS, ME DIZ UMA COISA, VOC� ESTA AQUI SOZINHO? � QUE PERECE SER T�O JOVEM PRA ESTAR AQUI S�. QUAL A SUA IDADE?
- 19 ANOS.
- S�?
- S�! � QUE TENHO O ESP�RITO MUITO AVENTUREIRO.
- �, DEU PRA PERCEBER.
PEGUEI DUAS CERVEJAS NA GELADEIRA QUE HAVIA NO QUARTO E DEI UMA A ELE
- VOC� BEBE?
- SIM!
- TOME!
TOMAMOS E CONVERSAMOS UM POUCO SOBRE O LOCAL, SOBRE A VIDA DELE E UM POUCO DA MINHA. DESCOBRI QUE ELE TINHA SEUS 23 ANOS, QUE N�O ERA CASADO, MAS QUE TINHA UMA NAMORADA. ELE PERGUNTOU SE EU TINHA NAMORADA EU DISSE QUE S� UNS ROLOS DE VEZ EM QUANDO. CONVERSAMOS DURANTE UMAS DUAS HORAS, QUANDO ELE SE DEU CONTA DE QUE REALMENTE PRECISAVA IR, MAS QUE NO DIA SEGUINTE DAVA UMA PASSADA PRA VER COMO EU ESTAVA. E SE FOI.
TENTEI ME VIRAR NAQUELE CHAL�, COM O P� DAQUELE JEITO, PARECENDO O SAC�-PERER�, MAS DEU TUDO CERTO. A NOITE QUANDO FUI PRA CAMA, FIZ UMA CONPRESSA DE �GUA MORNA E PASSEI UMA POMADA QUE O M�DICO HAVIA RECEITADO E QUE, GENTILMENTE, O V�CTOR HAVIA COMPRADO PRA MIM NO CAMINHO DE VOLTA AO CHAL�.
ELE ERA O TIPO DE HOMEM BRINCALH�O, COMO EU, BRONZEADO PELO SOL FORTE DE IPATINGA, OLHOS VERDES, CABELOS PRETOS E MALUCOS COM GEL, SORRISO LARGO, T�RAX AVANTAJADO, DEVIA FREQUENTAR ALGUMA ACADEMIA LOCAL.
S� SEI QUE FUI DORMIR PENSANDO NAQUELE SORRISO.
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O SOL DE IPATINGA ENTROU PELA JANELA, BATENDO EM MEU ROSTO E FAZENDO-ME ACORDAR.
DESCI COM UM POUCO DE DIFICULDADE OS DEGRAUS DA ESCADA DE MADEIRA, QUE CONDUZIA A SALA DE ESTAR E A COPA. PREPAREI O MEU CAF� DA MANH�, SENTEI-ME � MESA, QUANDO OUVI O GAROTO QUE ENTREGAVA JORNAIS NOS CHAL�S, JORGAR O MEU EXENPLAR PELA ABERTURA DA PORTA DE ENTRADA. PEGUEI E SENTEI-ME NOVAMENTE, COME�ANDO A LER ENTRE UM GOLE E OUTRO DE CHÁ. A MESA ESTAVA FARTA COM MAM�O, MEL�O, TORRADAS, P�O S�RIO, GEL�A DE JABOTICABA, MEL, UVAS E O MEU, ADORÁVEL, P�O FRANC�S!
BATIDAS NA PORTA DA FRENTE. LEVANTO-ME PRA VER QUEM �.
V�CTOR!
- DESCULPE! EU TE ACORDEI?
- N�O, EU JÁ ESTAVA ACORDADO, VOC� CHEGOU EM UMA BOA HORA, ESTOU TOMANDO CAF�.
- QUE BOM! E O P�? ESTA MELHOR?
- ESTÁ MENOS DOLORIDO. QUE COISA N�? VENHO PRA CURTIR AS F�RIAS E NO PRIMEIRO DIA JÁ SAIO FAZENDO BESTEIRAS.
- ACONTECE!
- MAS COMIGO � SEMPRE, V�CTOR!
- A�, � OUTRO CASO!
- TOMA UM CHÁ COMIGO?
- ACEITO UMA CH�CARA DE CHÁ.
- �TIMO! E VOC�, DORMIU BEM?
- MUITO! E VOC�?
- TAMB�M, S� COM UM POUCO DE DOR PELO CORPO, MAS, PASSA LOGO.
- MAS VOC� TOMOU ALGUM REM�DIO? PASSOU A POMADA?
- SIM PASSEI! E POR FALAR NISSO.
FUI AT� A MINHA CARTEIRA, PEGUEI O VALOR DO QUE ELE TINHA GASTADO COMIGO NA POMADA, E QUIS O REENBOLSAR. MAS ELE SE RECUSOU A ACEITAR E DISSE QUE N�O ERA PRA ME INCOMODAR COM O FATO DELE N�O RECEBER DE VOLTA O DINHEIRO. (TUDO BEM, SE ELE N�O QUER, EU TAMB�M N�O VOU INSISTIR, AFINAL, N�O QUERO PARECER UM CHATO DE GALOPE).
SENTEI-ME DE NOVO E SENTI UM POUCO O MEU P�, ELE PEDIU PRA VER EU MOSTREI. ELE TOCOU E COME�OU A PASSAR A M�O E PERGUNTANDO SE DO�A ONDE ELE TOCAVA E EU IA DIZENDO QUE SIM.
- POSSO FAZER UMA MASSAGEM?
- PO...POD...PODE. (ESTRANHEI).
- LÁ VAI.
E COME�OU A FAZ�-LA. SENTI UM POUCO DE DOR QUANDO ELE COME�OU A TORCER O MEU P�, MAS LOGO A DOR COME�OU A PASSAR.
- VOC� TEM TALENTO PRA ISSO, V�CTOR! PORQUE VOC� N�O FAZ UM CURSO DE MASSAGEM?
- EU SOU MASAGISTA! SOU MASAGISTA DAQUI. LÁ EM BAIXO, PERTO DAS PISCINAS TEM UMA SAUNA ONDE EU TRABALHO COM OS TURISTAS QUE FREQUENTAM O COMPLEXTO.
- QUE LEGAL! ENT�O EU DESCOBRI O SEU OF�CIO.
- E VOC�, O QUE VOC� FAZ, DOUGLAS?
- EU? SOU ARQUITETO. QUER DIZER, ESTOU COME�ANDO MINHA FACULDADE AGORA, MAS JÁ ME CONSIDERO UM �TIMO ARQUITETO PORQUE � O QUE REALMENTE EU GOSTO DE FAZER. FORA ISSO EU TRABALHO NO RESTAURANTE QUE MEUS PAIS TEM EM S�O PAULO. N�O � ASSIM UM RESTAURANTE T�O GRANDE, MAS DÁ PRA LEVAR LEGAL.
- E VOC� TAMB�M COZINHA?
- N�O, EU S� COMO MESMO!
RIMOS UM POUCO.
- SUA PROFISS�O � BEM PRAZEIROSA TAMB�M, DOUGLAS!
- REALMENTE, ESTOU SATISFEITO, POR ENQUANTO, COM O QUE FA�O. A QUE HORA VOC� ENTRA NO TRABALHO?
- S� MAIS TARDE. ALIÁS, EU ENTRO QUANDO EU QUISER.
- QUE VIDA MOLE, HEIN? Sr. V�CTOR? QUEM DERA EU ENTRAR NO MEU SERVI�O QUANDO EU BEM ENTENDESSE, MAS SE FIZER ISSO MINHA M�E ME MATA!
- TEM IRM�OS, IRM�S?
- DOIS MAIS VELHOS! SA� NA VANTAGEM DE SER O CA�ULA DA HIST�RIA... E SUA NAMORADA? ELA N�O COBRA A SUA ATEN��O?
- ELA COBRA AT� DEMAIS PRO MEU GOSTO. NA VERDADE ACHO QUE N�O VAI DAR MUITO CERTO N�O. ESTOU COM ELA HÁ DOIS ANOS, ELA QUER NOIVAR, MAS EU N�O QUERO ME ENVOLVER DEFINITIVAMENTE, ASSIM, � PONTO DE NOIVAR, CASAR, QUERO CURTIR, ENTENDE?
- PENSO DA MESMA FORMA! TAMB�M N�O PRETENDO ME CASAR, QUERO CURTIR A VIDA DE TODAS AS MANEIRAS QUE ELA SE APARECER, SENTIR NOVAS SENSA��ES. E POR A� VAI...
- ECL�TICO?
- MUITO!
- SABE, DOUGLAS, SOMOS BEM PARECIDOS EM CERTOS ASPECTOS, VOC� N�O ACHA?
- ACHO! ISSO � VERDADE. E MAL NOS CONHECEMOS, HEIN!
- ACHO QUE � CARMA. ACREDITA NISSO?
- O QUE? EM CARMA?
- SIM!
- DEPENDE.
- COMO ASSIM?
- HÁ, V�CTOR! DEPENDE DO QUE VOC� ACREDITA...
- E NO QUE VOC� ACREDITA?
- QUE AS PESSOAS SE ENCONTRAM, SE CONHECEM, TEM RELACIONAMENTOS DOS MAIS VARIÁVEIS; ALGUMAS MANT�M ISSO PRA TODA A VIDA, OUTRAS, S�O COMO A BRISA DA MANH�QUE SE ACABA ASSIM QUE O SOL APONTA NO HORIZONTE...
- FILOS�FICO O GAROTO!
- DESCULPA! � QUE �S VEZES ME ENPOLGO UM POUCO.
- N�O, ESTAVA AT� LEGAL, CONTINUA!
- N�O! CHEGA DE BABAQUISSE!
- N�O � BABAQUISSE SER REALISTA, DOUGLAS.
- VOC� ACHA?
- ACHO! E QUER SABER O QUE MAIS? EU ACREDITO QUE AS PESSOAS SE ENCONTRAM, TEM RELACIONAMENTOS DOS MAIS VARIÁVEIS, E QUE, TAMB�M, SE D�O BEM.
- �, PENSANDO BEM, N�O � TANTA BABAQUISSE O QUE EU FALO, VOC� FAZ A MESMA COISA!
(RIMOS JUNTOS) O SIL�NCIO PREDOMINOU POR UNS DOIS MINUTOS SEM QUE NINGU�M ABRISSE A BOCA PRA NADA, APENAS NOSSA RESPIRA��O PODIA SER OUVIDA.
OLHANDO NO REL�GIO, V�CTOR PERCEBEU QUE JÁ ESTAVA NA HORA DE IR.
- DEIXA-ME PUXAR O CARRO!.
- VAI ENTRAR MAIS CEDO HOJE?
- TENHO QUE RESOLVER UNS PROBLEMAS PRO MEU PAI, UMA VIAGEM RÁPIDA DE ALGUNS DIAS, COISA SIMPLES, MAS QUE PRECISAM DE MINHA SUPERVIS�O.
- QUANDO QUISER APARECER...
- OBRIGADO DOUGLAS! COM CERTEZA VOLTAREI PARA TOMAR MAIS CHÁ. TCHAU! CUIDE DO P�!
- PODE DEIXAR! AT�...
ACONPANHEI V�CTOR AT� A PORTA, ANTES DE SAIR, NOSSOS OLHARES SE CRUZARAM E ELE ABRIU UM LARGO SORRISO, QUASE DESMAIO ALI MESMO... FECHEI A PORTA E VOLTEI PRO MEU CHÁ JÁ FRIO, APESAR DE ESTAR SENTINDO FOME DE OUTRAS COISAS...
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ALGUNS DIAS DEPOIS, ME VIRANDO COMO PODIA E COM O P� JÁ AGUENTANDO PISAR NO CH�O DE PEDRAS DO COMPLEXO, SAI PRA IR CONHECER, AP�S QUASE DUAS SEMANAS EM F�RIAS ULTRAPASSANDO MINHAS PREVIS�ES DE ESTADIA NAQUELE LOCAL MARAVILHOSO, AS LOJAS DE CONVENI�NCIAS QUE HÁ NO CAMPO BAIXO DO COMPLEXO. VENDEM ARTIGOS MANUAIS DA REGI�O LOCAL, QUADROS, PE�AS EM LOU�A, PRODUTOS NATURAIS E PEQUENAS COISAS INDISPENSÁVEIS PARA QUEM ESTA EM VIAGEM. DESCI AT� LÁ.
ENTRANDO NA LOJA, PUDE NOTAR A BELA ORGANIZA��O NO LOCAL, COM FACILIDADE PARA ENCONTRAR O QUE SE QUER. COMECEI A OBSERVAR ALGUNS QUADROS E UMA VITRINA DE PERFUMES NATURAIS, QUANDO UMA SENHORA VEIO ME ATENDER, SINPÁTICA, BEM VESTIDA. DEU-ME UM BOM DIA, ENTUSIASMADA, E PERGUNTOU-ME SE PODERIA ME AJUDAR NA ESCOLHA DE ALGO PARA MIM. ACEITEI SUA AJUDA, MAS AVISEI QUE N�O IRIA LEVAR NADA POR ENQUANTO, S� ESTAVA A ADMIRAR OS QUADROS E PERFUMES.
DERREPENTE CHAMARAM A SENHORA QUE TINHA SE APRESENTADO PRA MIM COMO DONA ANA, MAS ANTES DE SAIR PEDIU PARA UMA MO�A CONTINUAR ME ATENDENDO.
- OI! POSSO AJUDÁ-LO?
- A DONA ANA ESTAVA ME ATENDENDO.
- �, ELA PRECISOU RESOLVER UM PROBLEMA, VOC� SABE, GERENTE � SEMPRE GERENTE!
- �, IMAGINO! ESTAVA DANDO UMA OLHADA NOS PERFUMES NATURAIS, NUNCA TINHA OUVIDO FALAR QUE EXISTISSEM PERFUMES � BASE DE FLORES E ERVAS.
- TEMOS OS MELHORES DE IPATINGA, NENHUM OUTRO COMPLEXO TEM UMA VARIEDADE MAIOR DO QUE A NOSSA.
- O PRE�O DEVE SER DO TIPO SALGADO, ACERTEI?
- N�O, N�O! O PRE�O, TAMB�M, ACONPANHA A QUALIDADE DO PRODUTO...
E FICAMOS ALI, ELA ME PASSANDO TODAS AS INFORMA��ES DO PRODUTO E FAZENDO PROPAGANDA E EU, COMO BOM OUVINTE, S� CONCORDAVA. ELA ERA UMA JOVEM BONITA, LOIRA DE CABELOS ENCARACOLADOS, OLHOS CLARISS�MOS, QUE OFUSCAM OS DE QUEM ENCARACE. N�O QUE EU TENHA ALGUMA ATRA��O POR MULHERES, MAS ERA, REALMENTE UMA BELEZA ESTONTEANTE!
ACABEI POR LEVAR ALGUNS PERFUMES E UMA MANTA, PARA O SOFÁ DO CHAL�.
CAMILA. ERA O NOME DA VENDEDORA, DISSE-ME QUE A LOJA TINHA PRONTA ENTREGA, PERGUNTOU-ME QUAL ERA O N�MERO DO MEU CHAL�, E PASSEI TODAS AS INFORMA��ES PARA A ENTREGA.
DEFINITIVAMENTE, IPATINGA, � UM LOCAL DE PESSOAS MUITO SINPÁTICAS.
DIRIGI-ME PARA A SA�DA, AGRADECENDO A DONA ANA E DESPEDINDO-ME DE CAMILA.
VOLTEI AO CHAL�. COMECEI A PREPARAR O MEU ALMO�O, ESTAVA COM UMA FOME, COLOQUEI EM SHORT AZUL E TIREI MINHA CAMISETA... FIQUEI � VONTADE!
LIGUEI O SOM E COLOQUEI UM CD DA SHAKIRA, PARECIA UM LOUCO DAN�ANDO E ARRUMANDO A MESA PARA MINHA REFEI��O.
PASSADO ALGUM TEMPO ALGU�M CHAMA PELA JANELA, QUANDO ABRO A PORTA MINHA ENCOMENDA HAVIA CHEGADO, E ADIVINHA QUEM VEIO TRAZER?
CAMILA!
- OI CAMILA! ENTRA!
- QUASE QUE VOC� N�O ME ESCUTA.
- DE VEZ EM QUANDO ME DÁ ESSES ATAQUES DE LOUCURA, MAS COLOCA A� NO SOFÁ, VOU COLOCAR UMA CAMISETA.
- TA BOM!
SUBI E COLOQUEI UMA CAMISETA. VOLTEI E CAMILA ESTAVA EM P� AO LADO DO SOFÁ...
- SENTA AI CAMILA!
- ESTAVA INDO PRA CASA, ACABOU O MEU HORÁRIO DE SERVI�O ENT�O RESOLVI PASSAR AQUI PRA ENTREGAR A SUA ENCOMENDA, (SENTANDO-SE).
- EU ESTAVA PREPARANDO MEU ALMO�O. NOSSA! VOC� SAI T�O CEDO ASSIM DO SERVI�O?
- � S� METADE DA METADE DO DIA. BOM N�O �?
- HÁ! � O EMPREGO QUE EU PEDI A DEUS!
- AQUI � BEM LEGAL N�O �? MORO AQUI HÁ DOZE ANOS, N�O TENHO VONTADE DE SAIR DAQUI DE JEITO NENHUM.
- AQUI � MUITO BONITO SIM.
- CADE SUA M�E?
- N�O, EU ESTOU S� AQUI. MEUS PAIS FICARAM EM S�O PAULO, GOSTO DE VIAJAR SOZINHO, ESTOU DE F�RIAS.
- AS T�O SONHADAS F�RIAS! N�O VEJO A HORA DE PEGAR AS MINHAS PRA PODER VIAJAR UM POUCO, NA �LTIMA CONHECI O SUL DO EG�TO.
- NOSSA! BEM EX�TICO!
- AGORA QUERO CONHECER OS P�LOS.
- HAHAHAH! NADA COMUM! VOC� � DO TIPO BEM DOI... DESCULPA!
- VAI PODE FALAR... DOIDINHA! SOU SIM! GOSTO DE AGITO, DE COISA NOVA, DO PERIGO. MEUS PAIS N�O SE ACUSTUMAM COM MEU JEITO DE SER. QUER DIZER QUE MORA EM S�O PAULO?
- MORO E TRABALHO LÁ.
- JÁ ESTIVE POR LÁ, N�O � T�O LONGE ASSIM, � UMA CIDADE DE GRANDE ATRA��O, E AOS VINTE ANOS A GENTE TEM QUE APROVEITAR AO MÁXIMO A VIDA, AFINAL: DAQUI A MAIS VINTE TEREI MEUS QUARENTA ANOS...
- JÁ ESTA PENSANDO NOS SEUS QUARENTA? COM CERTEZA, VOC� � PRECAVIDA.
- SOU MUITO.
- QUER ALMO�AR COMIGO, DÁ PRA DOIS! ISSO �, SE N�O TIVER NADA QUE INPE�A...
- N�O, NADA! ACEITO, SE N�O FOR ENCOMODAR...
- NENHUM POUCO! ESTOU COM UM STROGONOF NA PANELA, DAQUI �!
SERVI CAMILA E CONVERSAMOS UM POUCO SOBRE VÁRIAS COISAS, NOS CONHECEMOS MELHOR. SEMPRE ME DEI MUITO BEM COM MULHERES, N�O QUE TENHA SENTIDO ATRA��O POR ELA, MAS ELA ME PARECEU SER BEM LEGAL, E QUERIA FAZER NOVAS AMIZADES NAQUELE LOCAL, TER COM QUEM SAIR, AONDE IR, CONHECER A CIDADE, ETC...
ACABAMOS NOS TORNANDO COLEGAS, ELA SEMPRE VINHA AO CHAL� E EU SEMPRE IA A LOJA PRA VISITAR E COMPRAR ALGUMAS COISINHAS.
CAMILA, TINHA ME DITO QUE TINHA NAMORADO, S� QUE ESTAVA VIAJANDO, MORAVA COM OS PAIS NO PR�PRIO COMPLEXO, QUE ERA UMA �REA ENORME, SEPARANDO A PARTE DOS MORADORES DO LOCAL E DOS H�SPEDES. SA�AMOS PARA CORRER PELA MANH�, FAZIAMOS COMPRAS NO SUPERMERCADO LOCAL, CONHECI ALGUNS POINTS QUE CAMILA FREQUENTAVA NA CIDADE, BARZINHOS E DANCETERIAS MUITO LEGAIS!
NUMA OCASI�O EM QUE VOLTÁVAMOS DE UMA NOITADA NA CIDADE, EU CONVIDEI CAMILA A ENTRAR PRA UM LANCHE ANTES DELA IR EMBORA. FIZEMOS A MAIOR FARRA! COMEMOS E DAN�AMOS, VIMOS UMAS FOTOS E CA�MOS NO SOFÁ, PEGUEI MAIS FOTOGRAFIAS PRA MOSTRAR A CAMILA.
- ESSA � MINHA M�E, E ESSES AQUI S�O OS MEUS IRM�OS MAIS VELHOS, GRA�AS A DEUS!
O LUCAS DE VINTE E TR�S E O CARLOS COM VINTE E OITO.
- ELES S�O MUITO BONITOS, APESAR DE QUE VOC� � MAIS...
SENTI UM CLIMA NO AR E COME�EI A TORCER PRA ELA PARAR, POIS N�O SEI QUAL SERIA MINHA REA��O, ACHO QUE BROCHARIA, N�O IA HAVER UM MOVIMENTO SEQUER, HAHAHA!
BATEM NA PORTA, PEDI QUE ELA ABRISSE ENQUANTO EU IA AO QUARTO PEGAR MINHAS FOTOS DE FORMATURA. QUANDO VIAJO JÁ VOU PRONTO COM FOTOS E OUTRAS COISAS A MAIS PRA QUE MINHAS NOVAS AMIZADES POSSAM VER.
CAMILA AO ABRIR A PORTA LEVA UM SUSTO.
- AMOR, VOC� VOLTOU! PORQUE VOC� N�O ME TELEFONOU PRA QUE EU PODESSE TE ESPERAR.
- CHEGUEI AGORA.
- QUEM TE DISSE QUE EU ESTAVA AQUI?
- �...�...(ENRROLANDO E PROCURANDO UMA DESCULPA QUE COLASSE), O PORTEIRO DISSE QUE VOC� TINHA SUBIDO AQUI E EU RESOLVI VIM TE BUSCAR PARA IRMOS JUNTOS PRA CASA.
- QUE BOM, ESTOU AQUI COM MEU NOVO AMIGO QUE ESTA PASSANDO SUAS F�RIAS NO COMPLEXO, QUERO QUE VOC� CONHE�A.
- EU?...
DESCI AS ESCADAS VOLTANDO PARA MOSTRAR AS FOTOS PRA CAMILA QUANDO DOU DE FRENTE COM V�CTOR.
- OI, DOUGLAS!
- OI, V�CTOR!
APERTAMOS NOSSAS M�OS. CAMILA ESTRANHOU O CONPRIMENTO T�O PROXIMO. E PERGUNTOU SE N�S JÁ NOS CONHEC�AMOS E DISSE QUE SIM, V�CTOR TENTOU EXPLICAR.
- EU CONHECI O DOUGLAS NA CACHOEIRA, EM SITUA��O DE RISCO, VOC� ACREDITA MEU AMOR, QUE SE EU N�O TIVESSE CHEGADO A TEMPO ELE TINHA MORRIDO AFOGADO?
- SERIO?
- � QUE ELE PULOU DO PENHASCO DE CABE�A NO LAGO E DESMAIOU, TIREI ELE DA �GUA E LEVEI AO M�DICO, SORTE QUE S� MACHUCOU O P�.
- VOC�S S�O NAMORADOS? (PERGUNTEI).
- SIM, SOMOS. ERA ELE QUE EU TE FALEI QUE ESTAVA VIAJANDO, LEMBRA? (RESPONDEU CAMILA).
- VIAJEI LOGO DEPOIS QUE NOS VIMOS NAQUELA MANH�, PRECISEI RESOLVER PEPINOS. (V�CTOR DISSE SEM GRA�A).
TOMEI UMA IN�CIATIVA E O CONVIDEI PRA ENTRAR UM POUCO. ELE DISSE QUE ESTAVA TARDE, E S� HAVIA PASSADO PARA PEGÁ-LA, JÁ ESTAVA INDO. CAMILA DESPEDIU-SE DE MIM DIZENDO VOLTAR NO DIA SEGUINTE PRA CONTINUAR A VER AS FOTOS E O LANCHE FICARIA PRA DEPOIS.
OS DOIS SAIRAM ABRA�ADOS E EM UMA CERTA ALTURA V�CTOR OLHOU PRA TRÁS, MEIO QUE SE DESCULPANDO.
FECHEI A MINHA PORTA. GUARDEI AS MINHAS FOTOS, LAVEI MINHA LOU�A, PREPAREI-ME PARA UM BANHO, COLOQUEI O MEU ROUP�O E DIRIGI-ME PARA O BANHEIRO, ENTREI NO BOX E LIGUEI O CHUVEIRO E ENCHI MINHA BANHEIRA. ESTAVA MUITO TENSO E APROVEITEI PARA ESTREAR OS MEUS SAIS DE BANHO QUE COMPREI NA LOJA EM QUE, A MOCR�IA DA CAMILA, TRABALHA! CONSEGUI RELAXAR CERCA DE CINQUENTA POR CENTO, EM MEIA HORA DE BANHO, MAS FOI IN�TIL, POIS AO SAIR DO BANHO, INDO EM DIRE��O AO MEU QUARTO PASSANDO PELA SALA, ALGU�M ME ESPERAVA NO SOFÁ.
- VICTOR? COMO � QUE VOC� ENTROU AQUI?
- TENHO C�PIAS DAS CHAVES DE TODOS OS CHAL�S DO COMPLEXO, CASO HAJA QUALQUER NECESSIDADE.
- E HÁ ALGUMA PRA VOC� ME APARECER ASSIM, SEM AVISAR?
- HÁ! SOBRE O QUE ACONTECEU HOJE...
- O QUE? HÁ, N�O! EU N�O ACREDITO QUE VOC� ESTA PENSANDO QUE EU ESTOU DE CASO COM SUA NOIVINHA? PORQUE SE FOR ISSO QUERO QUE SAIBA QUE SOMOS APENAS BONS AMI...
- N�O � NADA DISSO, SEU BOBO!
- HÁ, N�O? ENT�O O QUE �? EU NEM SABIA QUE A GAROTA ERA SUA NOIVA, NOS CONHECEMOS LÁ NA LOJA, COMPREI ALGUMAS COISAS E ELA VEIO ME ENTREGAR AQUI, ESTAVA NA HORA DO MEU ALMO�O E CONVIDEI, POR EDUCA��O A GAROTA PRA ENTRAR, N�S CONVERSAMOS UM POUCO, ELA TORNOU-SE MINHA COLEGA, ME MOSTROU A CIDADE E OS LUGARES MAIS FREQUENTADOS E, DESDE ENT�O ELA FREQUENTA AQUI. AGORA SE ESSE N�O � O MOTIVO QUE O TROUXE AQUI, EU JURO QUE N�O CONSIGO IMAGINAR OUTRO SE N�O, QUE: VOC� INVADIU O MEU CHAL�, EM PLENA �S...(OLHEI NO REL�GIO DE PAREDE)...TR�S E VINTE E SETE DA MADRUGADA E SEM MEU CONHECIMENTO...
CONFORME EU IA FALANDO, V�CTOR VINHA CADA VEZ MAIS PRA PERTO DE MIM, E COM DEVIDA SURPRESA CALOU A MINHA BOCA, LITERALMENTE COM UM BEIJO DE TIRAR O F�LEGO. APERTAVA MEU CORPO CONTRA O DELE COM FOR�A. DEBATIA-ME, MAS N�O HOUVE JEITO.
FIQUEI MEIO OU COMPLETAMENTE TONTO ASSIM QUE V�CTOR ME SOLTOU.
- OLHA AQUI, VOCE N�O TINHA O DIREITO, N�O TINHA!
E SUBI AS ESCADAS CORRENDO PRO QUARTO E SENTANDO NA CAMA, V�CTOR VEIO ATRÁS DE MIM.
- DOUGLAS! VOCE ESTA BEM?
- SE EU ESTOU BEM? COMO ASSIM?
- DESCULPA! � QUE PENSEI QUE VOCE TAMB�M QUISESSE.
- E VOCE COSTUMA SEMPRE PENSAR PELOS OUTROS?
- DESCULPA DOUGLAS! N�O CONSEGUI ME CONTER CARA, PORQUE DESDE AQUELE DIA NO RIO, QUE N�O TIRO VOC� DA CABE�A. VIAJEI PRA RESOLVER UNS PROBLEMAS PRO MEU PAI, MAS ACHEI QUE IRIA VOLTAR LOGO, QUERIA TE VER DE NOVO, SEI LÁ, FALAR MAIS COM VOCE, FICAR MAIS AO SEU LADO, TE CONHECER MELHOR. PRECISO TE CONFESSAR UMA COISA: ACHO QUE ESTOU GOSTANDO DE VOCE! EU SEI QUE � ESTRANHO, MAS...
- ACHO MELHOR IR EMBORA! E QUE HIST�RIA � ESSA DE ACHO QUE ESTOU GOSTANDO DE VOC�, VOC� MAL ME CONHECE!
- CLARO! CONCORDO! MAS S� QUERIA QUE SOUBESSE DISSO.
- JÁ SEI!
- HOJE VIM AQUI, NAQUELA HORA, PRA TE FALAR O QUE ESTAVA SENTINDO, VIM DIRETO, NEM PASSEI EM CASA, MAS QUANDO CHEGO ME DEPARO COM A CAMILA, ENT�O TOMEI UM SUSTO, FIQUEI SEM SABER O QUE DIZER DIREITO.
FOI LEVANTANDO-SE E DESCENDO AS ESCADAS.
- FECHE A PORTA PRA MIM.
- PODE DEIXAR!
NOS �LTIMOS DEGRAUS, V�CTOR PAROU E DISSE:
- DOUGLAS?
- O QUE �?
- ESTAVA COM SAUDADES.
FOI O QUE ELE DISSE.
ASSIM QUE PERCEBI QUE ELE HAVIA SAIDO, COMECEI A RIR MUITO E PUDE DESMONTAR A PERSONAGEM. ESTA CERTO, FIQUEI MUITO SURPRESO COM A ATITUDE DELE E ADOREI O QUE ELE FEZ, PRINCIPALMENTE QUANDO DISSE ESTAR GOSTANDO DE MIM, ACHEI O MÁXIMO! TENTEI, MAS, N�O CONSEGUI DORMIR E VI QUANDO O PRIMEIRO RAIO DE SOL DESPONTOU NO C�U DE IPATINGA, EM MINHA MEM�RIA ESTAVA, AINDA, TUDO MUITO FRESCO.
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AP�S O CAF�, SAI PRA CORRER PELA TRILHA MATA ADENTRO. COM UNS DEZ MINUTOS DE CORRIDA ENCONTREI UM BOSQUE PLANO E NO FIM UM ROCHEDO COM MAIS UMA CACHOEIRA, LINDO, CENÁRIO PERFEITO OU MAIS QUE ISSO!
LAVEI O ROSTO NA ÁGUA, PRA VER SE PASSAVA O SONO DA NOITE MAL DORMIDA E SENTEI NA BEIRA DO LAGO. INEVITAVELMENTE VEIO A LENBRAN�A DE V�CTOR NA MINHA MENTE. QUANDO DEI POR MIM, ESTAVA EXCITAD�SSIMO E COMO ESTAVA COM UMA MALHA DE CICLISTA FICOU BEM MARCADO O TAMANHO DO MEU TES�O. N�O AGUENTANDO MAIS, COMECEI A PASSAR A M�O SOBRE MINHA MALA E APERTAVA, TIREI PRA FORA MEUS 18CM CIL�NDRICOS E PULSANTE E COMO ESTAVA PRECISANDO HÁ TEMPOS DE UM BOM CARINHO, INICIEI UMA PUNHETA, ALI MESMO, PENSANDO NAQUELE DEUS GREGO-BRASILEIRO. EXALAVA CHEIRO DE SEXO PELO AR, QUE PROVINHA DE MEU PAU, QUE DE TANTO SER FRICCIONADO, ESTAVA DOENDO E VERMELHO, DE SUA BÁSE � CABE�A. AQUILO ME LEVAVA AS ALTURAS. PERMANECIA DE OLHOS FACHADOS.
- VOCE DEVIA PARAR DE IMAGINAR E PRATICAR MAIS.
FOI O QUE OUVI, VINDO DE UMA VOZ FAMIL�AR E PELO SUSTO QUE TOMEI. QUANDO ABRI OS MEUS OLHOS ERA V�CTOR, ESTAVA DE P� A MINHA FRENTE, COM UMA CARA DE TES�O CONTIDO, INPRECIONADO COM O QUE TINHA VISTO.
TENTEI ERGUER MINHA MALHA, MAS ELE PAROU MINHA M�O NO AR E DISSE:
- PRA QUE? VOC� ESTA T�O LINDO ASSIM!
ELE ESTAVA COM UMA ROUPA DE MERGULHO E UM CIL�NDRO DE AR NAS COSTAS, O QUAL TIROU SOLTANDO-O NO CH�O, ME PUXOU DE UMA VEZ E ME PRENDEU, OLHANDO NO FUNDO DOS MEUS OLHOS:
- QUERO VOCE, DOUGLAS! QUERO VOCE COMO JAMAIS QU�S ALGU�M. SEJA MEU AQUI, AGORA, HOJE!
MINHA PELE TREMIA POR S� S�, MEUS P�ROS TRANSPIRAVAM E MINHA RESPIRA��O AUMENTOU CONSIDERÁVELMENTE. NOSSOS LÁBIOS SE UNIRAM, NOSSAS M�OS PERCORRI�O TODOS OS CANTOS DE NOSSOS CORPOS, LOUCOS DE DESEJOS.
DEITAMOS NO CH�O DE PEDRAS DURAS, MAS NADA MAIS ME INPORTAVA.
FUI TIRANDO AQUELE MACAC�O DE MERGULHO E PUDE VER AQUELE PEITO DESNUDO, DESCI O Z�PER AT� A CINTURA E COMECEI A VER OS PELOS P�BIANOS DE V�CTOR ENVOLTOS EM UMA CUECA DE MALHA, DE MESMO MATERIAL DO MACA��O EXIBINDO ALGO MUITO INTEREESSANTE ABAIXO DAQUILO. ELE N�O PARAVA DE ME BEIJAR E PASSAR AS M�OS PELO MEU PAU E BUNDA, TIROU MINHA CAMISETA, ME DEIXANDO COMPLETAMENTE N�, E AFASTANDO-SE, FITOU MEU CORPO. ACABOU DE TIRAR SUA MALHA E FICOU DE CU�CA. QUE CORPO LINDO, QUE PAU LINDO, QUE HOMEM LINDO, MEU DEUS! POR UM MOMENTO, N�O ACREDITEI QUE TUDO AQUILO ERA PRA MIM.
APROX�MEI-ME DELE E DISSE:
- A CUECA EU TIRO!
ELE ME PRESENTEOU COM AQUELE SORRISO E FECHOU OS OLHOS, DESLIZEI A PE�A AT� OS P�S DELE. PRONTO! ESTAVA EU EM FRENTE AO MEU DESBRAVADOR.
- MUITO PRAZER! EU DISSE DANDO UM BEIJO NO PAU DE V�CTOR. ELE SEGUROU O PAU E DISSE:
- O PRAZER � TODO MEU!
N�O AGUENTEI E RI UM POUCO, MESMO EM HORAS COMO AQUELA, ELE ERA BRINCALH�O.
ELE ABAIXOU-SE AO MEU LADO.
- DÁ UNS BEIJINHOS NO MEU V�CTORZINHO!
EU DISSE RETRUCANDO E O DEIXANDO INPRECIONADO:
- MELHOR DO QUE BEIJOS, VOU TE MOSTRAR MINHA HABILIDADE EM ENGOLIR ESPADAS.
-UAU!
ABOCANHEI AQUELE, MASTRO REI, COM VONTADE E O LEVEI O MAIS FUNDO QUE PUDE DE MINHA GARGANTA. V�CTOR DELIRAVA E FALAVA COISAS DESCONEX�AS.
JURO QUE TENTEI CONTER-ME, MAS N�O DAVA, ELE � O TIPO DE HOMEM QUE QUALQUER PESSOA SONHA TER AO LADO. BONITO, BRINCALH�O, ROMÂNTICO, CARINHOSO, AVENTUREIRO, ENTRE OUTRAS COISAS QUE SOMENTE EU PUDE CONFERIR, ENFIM, UM SONHO DE HOMEM!
ENQUANTO EU O ACARICIAVA, ELE FAZIA CARAS E BOCAS DE ENLOUQUECER.
- VAI, DOUGLAS! CONTINUA! ENGOLE A MINHA ESPADA VAI! ASSIM!
DE UM REPENTE ELE BEIJOU OS MEUS LÁBIOS E EU PUDE SENTIR NA MINHA BARRIGA AQUELE MASTRO RO�ANDO A MINHA PELE E PEDINDO PULSANTE UM ABRIGO. COM O DEDO INDICADOR ELE FOI ABRINDO CAMINHO E ME RELAXANDO, MESMO EU JÁ ESTANDO TOTALMENTE ENTREGUE, ME ALARGANDO. VIROU-ME DE COSTAS E COM HABILIDADE ENCOSTOU SUA L�NGUA EM MEU ÂNUS, FAZENDO-ME ARREPIAR POR INTEIRO. COLOCOU A L�NGUA O MAIS FUNDO QUE P�DE E COMO VIU QUE EU JÁ ESTAVA CONPLETAMENTE INCONTROLAVEL DE TES�O COLOCOU A PONTA DE SEU RIJO MENBRO NA ENTRADA, O CHOQUE FOI INEVITAVEL.
- VOU FAZER BEM DEVAGAR, EU N�O QUERO TE MACHUCAR E QUERO QUE DURE UMA ETERNIDADE. PRECISO TE SENTIR, POSSO?
- DEVE!
ESSA FOI A MINHA �LTIMA PALAVRA ANTES DE V�CTOR COLOCAR O SEU PAU DENTRO DE MIM.
REALMENTE ELE SABIA FAZER, ERA UM HOMEM QUE SABIA O QUE TINHA NAS M�OS E COMO LIDAR COM AQUILO, NEM SENTI DOR, TAMANHO O TES�O QUE ME CONSUMIA POR AQUELE HOMEM, E OLHA QUE EU DETESTO SER PASSIVO, MAS PRA ELE... DARIA TUDO QUE PEDISSE SEM RECLAMAR.
OS MOVIMENTOS DE VAI-E-VEM COME�ARAM ACELERAR-SE, ELE ME POSSU�A NAQUELE MOMENTO, ELE ME TINHA TODO EM SEUS BRA�OS E SABIA QUE PODERIA FAZER O QUE QUISESSE QUE EU IRIA ACHAR TUDO MIL MARAVILHAS. P�S-ME DE QUATRO, E DÁ-LHE, E DÁ-LHE.
EU GEMIA FEITO LOUCO, S� EM PENSAR QUE O MEU OBJETO DE DESEJO ESTAVA A ME POSSU�R... N�O DAVA PRA ACREDITAR. ELE ENPURRAVA O MAIS FORTE E FUNDO QUE PODIA E VOLTAVA AO PRINC�PIO DE SEU PAU E COME�AVA TUDO OUTRA VEZ, HÁ! QUE DEL�CIA! SENTIR CADA CENT�METRO DE V�CTOR ME FASCINAVA.
MUDAMOS VÁRIAS VEZES DE POSI��O, ELE FICOU POR BAIXO E SENTEI EM CIMA; FIQUEI DE LADO E ELE CAPRICHAVA SEGURANDO A MINHA PERNA COM SUA M�O E ME DIZENDO QUE SERIAMOS UM S� A PARTIR DAQUELE MOMENTO. DIZIA QUE ESTAVA ADORANDO ME COMER, AQUELA VOZ GRAVE EM MEU OUVIDO, AQUELES APERTOS DE M�O SOB MEU CORPO.
COM UMA DAS M�OS V�CTOR PEGOU EM MEU PAU E PASSOU A ME MASTURBAR E PASSAR O DEDO NA MINHA CABECINHA, ME DAVA MAIS TES�O AINDA!
FOMOS PRA DENTRO DO LAGO E COM A �GUA PELA CINTURA E DEBRU�ANDO-ME NAS PEDRAS V�CTOR MAIS UMA VEZ ME PENETROU. FIQUEI EM CIMA DO CIL�NDRO DE MERGULHO, MEIO QUE DE QUATRO BEM EXPOSTO AO MEU V�CTOR, ELE ENCAIXOU POR TRÁS, A�, SIM, FOI O ÁPCE DA NOSSA TRANSA, POIS ELE ENFIOU O MAXIMO QUE PODE E DEITOU SOBRE O MEU CORPO MEXENDO SOMENTE A SUA LINDA E TESUDA BUNDA. ABRA�ANDO-ME FORTE, BEIJANDO O MEU PESCO�O, E GOZOU FEITO UM C�O SELVAGEM E AO MESMO TEMPO CARINHOSO. EU O ACONPANHEI GOZANDO NO CIL�NDRO ABAIXO DE MIM E COM AQUELE PAU ATOLADO NA BUNDA. DEU-LHE UM ATAQUE DE BEIJOS QUE N�O SOBROU UM PEDA�O DE MEU CORPO SEM QUE SUA BOCA N�O TIVESSE TOCADO. FOI, SEM D�VIDA, A MELHOR TRANSA QUE EU JÁ TIVE EM TODA A MINHA CURTA VIDA!
CAN�ADOS, NOS DEITAMOS NAS PEDRAS A BEIRA LAGO, ELE PASSAVA O SEU INDICADOR NA MINHA BOCA E NARIZ ALTERNADAMENTE, COMO QUE MAPEANDO O TERRIT�RIO. EU, DE OLHOS FECHADOS, AINDA N�O ACREDITAVA QUE AQUILO HAVIA ACONTECIDO, FOI QUANDO OS ABRI E PUDE TER CERTEZA DE UMA VEZ POR TODAS DE QUE ERA REAL, DE QUE V�CTOR ESTAVA ALI E QUE TRANSAMOS. E QUE ELE DISSE QUE ESTAVA GOSTANDO DE MIM. SERÁ QUE DA PRA TER UMA ID�IA DO QUE ESTOU FALANDO? O QUE EU SEMPRE DESEJEI ERA ALGU�M DIZENDO SINCERAMENTE ISSO PRA MIM E ALI ESTAVA O QUE EU HAVIA SONHADO E DE BRINDE UM TRILH�O A MAIS!
- EU QUERO VOC�!
- MAS, VOC� ACABOU DE...
- EU N�O ESTOU FALANDO DE SEXO, DOUGLAS! ESTOU DIZENDO QUE QUERO FICAR COM VOC�. EU VOU TERMINAR COM A CAMILA!
- N�O! V�CTOR, N�O! EU N�O QUERO SER MOTIVO DE DISC�RDIA PRA NINGU�M. E AL�M DO MAIS, A CAMILA TE AMA DE VERDADE. VOC� PRECISAVA VER COMO ELA FALAVA DE VOC�, O TEMPO TODO, PRA MIM BEM ANTES DE EU SABER QUE ERA VOC� O NAMORADO DELA. N�O FA�A ISSO! VOC� DEVE TER SE DEIXADO ENVOLVER POR UM DESEJO OU CURIOSIDADE REPENTINA.
-DOUGLAS!
- VOC� N�O ESTA ENTEN...
- DOUGLAS! DOUGLAS! PRESTE BEM ATEN��O NO QUE VOU TE FALAR, POIS VAI SER UMA �NICA VEZ. EU SEI BEM O QUE QUERO DA VIDA, S� ME FALTAVA APARECER ALGU�M ESPECIAL PRA QUE EU PUDESSE ME ENTREGAR DE CORPO INTEIRO, ENTENDE? E APARECEU: VOC�! EU SEI QUE VOC� � AINDA MUITO JOVEM, MAS, N�O � MAIS NENHUMA CRIAN�A, JÁ TEM AS SUAS PROPRIAS ESCOLHAS, OLHA S� O EXEMPLO, VOC� VEIO PRA CÁ SOZINHO! EU S� VOU DESISTIR DE VOC� SE VOC� MESMO, OLHANDO NOS MEUS OLHOS DISSER QUE N�O ME QUER.
- N�O � BEM POR A� V�CT...
-DIZ, DOUGLAS QUE VOC� N�O ME QUER! QUE N�O ESTA A FIM DE LEVAR ISSO ADIANTE? DIZ!
-EU N�O POSSO. N�O VOU SER HIP�CRITA COMIGO, JÁ FUI MUITO, MAS DESTA VEZ N�O VOU SER. MAS N�O GOSTO DE ENGANAR E MENTIR PARA AS PESSOAS. N�O ACHO CERTO! E A CAMILA...
- A CAMILA VAI SOFRER MAIS LOGO PASSA...
- PORQUE VOC� FICOU COM ELA SE VOC� JÁ SABIA A SUA CONDI��O SEXUAL, V�CTOR? SERIA MUITO MAIS FÁCIL AGORA! N�O TERIAMOS QUE MAGOAR A NINGU�M. EU JÁ TENHO UM GRANDE V�NCULO COM ELA E N�O CONSIGO ME IMAGINAR TRAINDO A SUA CONFIAN�A.
-EU JÁ DISSE QUE VOU ACABAR O MEU NAMORO COM ELA!
- MAS ELA VAI QUERER SABER O MOTIVO.
- SIMPLESMENTE, VOU DIZER QUE N�O A AMO MAIS.
- E SERÁ QUE � ISSO QUE VOC� VAI ME DIZER QUANDO APARECER UM OUTRO HOMEM MAIS BONITO E MAIS GOSTOSO DO QUE EU?
- VOC� ESTA SENDO INJUSTO, DOUGLAS! N�O ME CONHECE PARA AFIMAR ISSO.
-MAS PODE-SE SUPOR O CONPORTAMENTO DO AMANH�PELAS ATITUDES DE HOJE. PORQUE VOC� ACHA QUE A POPULA��O, DE UM MODO GERAL, N�O CONFIA MAIS NOS EX-DETENTOS?
-N�O � ASSIM, ESTA TIRANDO CONCLUS�ES PR�PRIAS SEM SABER EXATAMENTE COMO VAI SER ESSE AMANH�QUE VOC� SUP�E QUE POSSA ACONTECER.
- PODE SER, N�O VOU DESCONSIDERAR ESSA POSSIBILIDADE, MAS AINDA TENHO AS MINHAS D�VIDAS.
- VAMOS NOS CONHECER AO MENOS! QUEM SABE ESSE TEMPO N�O TE RESPONDA A ESSA QUEST�O.
- POIS �. ACHO QUE SOMENTE O TEMPO PODERÁ ME RESPONDER REALMENTE ESSA QUEST�O.
- N�O. EU N�O QUERO TE PERDER!
V�CTOR ME ABRA�OU COMO MUITO CARINHO E PUDE PERCEBER O QUANTO ELE IRIA SOFRER COM ESSA SITUA��O. DEITOU A CABE�A NA MINHA BARRIGA E COME�OU A ASPIRAR FORTE O MEU CHEIRO.
- PRECISO IR V�CTOR!
-N�O, N�O PRECISA N�O! VOC� ESTA DE F�RIAS, SE ESQUECEU?
-N�O, N�O ME ESQUECI. MAS EU PRECISO IR PRA POR AS MINHAS ID�IAS NO LUGAR, ESTA TUDO MUITO CONFUSO. ESTA ACONTECENDO MUITO RÁPIDO E N�O ESTOU ACOSTUMADO COM MUDAN�AS BRUSCAS ASSIM. NUNCA IMAGINEI QUE A VIDA FOSSE ME PREGAR MAIS ESSA.
- NEM EU, MEU AMOR.
VESTI-ME, V�CTOR TAMB�M POS SEU MACAC�O. QUIS ME DAR UMA CARONA AT� O CHAL�, MAS N�O ACEITEI. NOS BEIJAMOS MAIS UMA VEZ E ELE DISSE QUE NUNCA MAIS IRIA SE ESQUECER DAQUELE MOMENTO DE FELICIDADE EM QUE PODE REDESCOBRIR O AMOR COM ALGU�M T�O ESPECIAL COMO EU.
SEGUI PELA TRILHA E V�CTOR FICOU PARADO ME OLHANDO DESAPARECER.
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REALMENTE ESTAVA TUDO MUITO CONFUSO EM MINHA CABE�A, MAS, O QUE FAZER EM UMA HORA DESSA? TENHO AOS MEUS P�S UM HOMEM, MARAVILHOSO, DIZENDO QUE ME AMA E QUER FICAR COMIGO E DO OUTRO LADO DA HIST�RIA UMA AMIZADE PROMISSORA COM CAMILA, COM QUEM POR SINAL, ME DAVA MUITO BEM, O QUE FAZER? COM CERTEZA ESTA N�O ERA A MELHOR HORA PARA OBTER RESPOSTAS SOBRE QUALQUER ASSUNTO, POIS TUDO ESTAVA GIRANDO A MINHA VOLTA.
ESTAVA FELIZ E AO MESMO TEMPO PREOCUPADO, MAS DEU PRA ENGOLIR O ALMO�O E TIRAR UM BOM COXILO NO SOFÁ DO CHAL�.
ASSIM QUE ACORDEI SALTEI EM UM PULO E FUI CORRENDO AO BANHEIRO DAR UM MIJ�O, ESTAVA MAIS CALMO, MAS AINDA PREOCUPADO E PRA DISTRAIR UM POUCO LIGUEI PARA A LOJA ONDE CAMILA TRABALHAVA PRA VER SE DAVA PRA GENTE CONVERSAR ASSIM QUE ELA SA�SSE DO TRABALHO. ENCONTRO MARCADO!
QUANDO FOI POR VOLTA DAS QUINZE HORAS, CAMILA CHEGOU, EU ESTAVA ESCREVENDO ALGUNS POEMAS, FUI ATENDER A PORTA.
-OI CAMILA! ENTRA.
- TUDO BOM? ESTÁ SOZINHO?
- SIM, QUEM MAIS PODERIA ESTAR AQUI?
- SEI LÁ, ALGUMA GATINHA DE IPATINGA.
SOMENTE DEI AQUELE SORRISO SEM GRA�A DISFAR�ANDO A MINHA COMPLETA FALTA DE INTERESSE PELA PRAGA QUE ELA ACABAVA DE ME ROGAR.
-VOC� AINDA N�O CONHECEU NINGU�M INTERESSANTE NA CIDADE?
- INTERESSANTE, AINDA N�O. S� SUAS COLEGAS DA DANCETERIA NAQUELA NOITE, FORA ISSO... N�O.
-PRECISO TE APRESENTAR MINHAS OUTRAS AMIGAS TARADAS, JÁ ESTOU AT� VENDO QUANDO ELAS TE CONHECEREM, V�O CAIR MATANDO EM CIMA DE VOC�, ELAS ADORAM CARAS NOVINHOS COM CARINHA DE NEN�M E BOCA CARNUDA COMO A SUA. N�O QUE EU TEMB�M N�O GOSTE DE CARAS MAIS NOVOS.
ESTA HIST�RIA JÁ ESTAVA COME�ANDO A DAR COCEIRAS POR TODO O MEU CORPO. FOMOS AT� O SOFÁ, CAMILA SENTOU-SE COM SEU JEITO DESPOJADO, COMO QUEM JÁ SE CONSIDERAVA DA FAM�LIA, DE UMA COISA EU N�O PODIA RECLAMAR, CAMILA ERA O TIPO DE PESSOA MUITO OBSERVADORA E N�O DEMOROU MUITO PRA ELA PERCEBER QUE EU ESTAVA ESCREVENDO, CORREU AT� A M�SA E P�S-SE A LER O QUE EU, EM UM MOMENTO T�O CONFUSO, HAVIA ESCRITO.
- ... E DE M�OS ATADAS, SENTINDO AINDA PELO MEU CORPO ARDER AS MARCAS DE SEUS ARRANH�ES E SUAS MORDIDAS, SENTINDO AINDA O SUOR DE MINHA PELE ESCORRER PELO CAN�ASSO DO PRAZER QUE ME PROPORCIONAU, E MEU CORA��O PALPITANDO ACELERADAMENTE NO COMPASSO DO NOSSO AMOR, FOI QUE ME LEMBREI QUE AINDA N�O PODIAS ME PERTENCER, OH! SONHO QUASE REAL....
- O QUE � ISSO QUE TENHO EM M�OS, Sr. DOUGLAS? CONTOS ER�TICOS?
-N�O, S�O, S�, BESTEIRAS QUE ESCREVO QUANDO N�O TENHO MUITO QUE FAZER.
- IMAGINA! BESTEIRAS? UMA COISA BELISS�MA DESSA E VOC� CHAMA DE BESTEIRA? O V�CTOR QUE ADORA CONTOS ER�TICOS.
E MAL SABIA CAMILA QUE ESSAS MINHAS BESTEIRAS SE RESUMI�O NADA MAIS, NADA MENOS QUE EM UMA TRANSA, E O QUE � MELHOR, COM O FUTURO EX-NAMORADO DELA. EU ESTAVA PREOCUPADO SIM COM CAMILA, MAS N�O CONSEGUIA PARAR DE PENSAR EM UM RELACIONAMENTO AO LADO DE V�CTOR E �S VEZES SAIA DE MINHA BOCA PALAVRAS SARCÁSTICAS E DE MEUS PENSAMENTOS ID�IAS ABSURDAS DE QUERER AFASTAR ELA DELE.
- VOC� ACHA, CAMILA?
- SIM, ACHO SIM, S�O MUITO LINDOS OS SEUS CONTOS. ALIÁS, S�O CONTOS OU POEMAS?
- DIGAMOS QUE SEJA UMA MISTURA DOS DOIS.
- ENT�O, O QUE VOC� QUERIA FALAR COMIGO?
- �,... N�O SEI NEM POR ONDE COME�AR, O CASO � T�O CONPLICADO QUE NEM MESMO EU ESTOU SABENDO DAR CONSELHOS.
- ESTA COM ALGUM PROBLEMA? EU POSSO TE AJUDAR? OLHA, JÁ VOU DIZENDO LOGO, SE VOC� ESTIVER COM PROBLEMA DE GRANA, ACABOU! EU POSSO TE ENPRESTARM UM TROCO NA BOA, DOUGLAS E DEPOIS VOC� ME PAGA, EU JÁ PASSEI POR ISSO TAMB�M.
- QUEM DERÁ QUE FOSSE T�O SIMPLES ASSIM. MESMO ASSIM, EU AGRADESSO SUA INTEN��O, MAS N�O � NADA DISSO CAMILA. DIGAMOS QUE N�O ESTOU SABENDO COMO ORIENTAR UMA AMIGA MINHA, DE S�O PAULO, QUE ME TELEFONOU PELA MANH�PEDINDO CONSELHO. � UM PROBLEMA COM O NAMORADO DELA. A� EU PENSEI: CAMILA! VOC� TEM NAMORADO E DEVE SABER LIDAR COM CERTAS OCASI�ES CASO ELAS VENHAM ACONTECER COM VOC�, E AL�M DO MAIS VOC� ENTENDO DE HOMENS, O QUE NISSO, EU N�O ENTENDO NADA.
- LEGAL! PELO QUE ELA ESTÁ PASSANDO? N�O � MUITO COMPLICADO N�O, �?
-� UM CASO DILICADO. BOM DEIXE EU TE EXPLICAR. ESSA MINHA AMIGA CHAMA-SE M�NICA, FAZ FACULDADE COMIGO. ELA CONHECEU UM CARA E SE APAIXONOU POR ELE S� QUE O CARA JÁ TEM NAMORADA. E O PIOR � QUE A NAMORADA � AMIGA DELA. ELA, COITADA, ESTA NESSE DILEMA, E ME LIGOU PEDINDO CONSELHOS, EU N�O SOUBE, MUITO, O QUE DIZER PREFERI PEDIR PRA ELA ACALMAR-SE UM POUCO E TENTEI DAR UMA LEVANTADA NO SEU ASTRAL, MAS ELA ACABOU PERCEBENDO QUE EU N�O ESTAVA EM CONDI��ES DE DAR CONSELHOS E FICAMOS DE CONVERSAR UMA OUTRA HORA SOBRE ESSE CASO. EU N�O SEI O QUE DIZER PRA ELA.
- AI VOC� ME CHAMOU PRA QUE EU O AJUDE? BOM, � UM CASO COMPLICADO MESMO, ELA ESTA ENTRE A CRUZ E A ESPADA, COITADA.
- O QUE VOC� ACHA QUE ELA DEVIA FAZER? ELA CONTA PRA AMIGA OU N�O?
- SE FOSSE COMIGO, POR EXEMPLO, IRIA TER QUE P�R NA BALAN�A TODA A SITUA��O, SE EU REALMENTE GOSTO DELE. SE ELA ERA REALMENTE MINHA AMIGA. APESAR DE QUE SE ELA ACEITAR A SITUA��O ELA ESTARIA SENDO TRA�RA COM SUA AMIGA.
- POIS �, ELA ESTA SABENDO, E O QUE � PIOR, ESTA APAIXONADA POR ELE, MAS ESTA A TODO CUSTO LUTANDO CONTRA ESSE SENTIMENTO QUE ESTA CORROENDO ELA POR DENTRO. ELA QUER E AO MESMO TEMPO N�O QUER, PORQUE ISSO IRIA MAGOAR MUITAS PESSOAS, ENTENDE CAMILA?
-� UM CASO PRA PENSAR, N�? FICA DIF�CIL DIZER ALGO DOUGLAS. VOC� ME CHAMOU AQUI PRA TE DAR UM CONSELHO, MAS ACHO QUE N�O AJUDEI MUITO, N�O �?
- IMAGINA, CAMILA, S� O FATO DE VOC� TER VINDO AQUI JÁ FOI DE TAMANHA DEMOSTRA��O DE SOLIDARIEDADE COM A M�NICA, MESMO SEM A CONHECER, COISA DE MULHERES EU ACHO!
-PODE SER. MAS DIZ PRA ELA QUE HOMEM � IGUAL N�VEM, UMAS FICAM POR UM TEMPO A MAIS E OUTRAS SIMPLESMENTE DESAPARECEM AO PRIMEIRO VENTO, COMO JÁ DIZIA O VELHO DITADO, NADA COMO UM NOVO AMOR PRA SE ESQUECER DO ANTIGO.
-COMO SE JÁ N�O BASTASSEM OS MEUS PROBLEMAS...
- TA VENDO, VOC� ESTA COM PROBLEMAS SIM, Sr. DOUGLAS. CONTA PRA MIM TUDO E N�O ESCONDA NADA, VAI, COME�A!
- N�O, N�O ESTOU COM PROBLEMAS, FOI S� UM COMENTÁRIO, S� FALEI DESSES QUE TEMOS DIA-A-DIA, OS NORMAIS OU ASSIM POR MUITOS CHAMADOS, S� ISSO!
- ESPERO QUE SEJA MESMO S� ISSO. O QUE VOC� VAI FAZER ESSE FIM DE SEMANA?
- AT� AGORA N�O TENHO NADA MARCADO, POR QUE?
- � QUE VAI HAVER UMA FESTA AQUI EM IPATINGA EM COMEMORA��O AO ANIVERSÁRIO DO PAI DO V�CTOR, NO SÁBADO E SE VOC� ESTIVER LIVRE... PODEMOS BAGUN�AR MUITO N�S TR�S PELA CIDADE, O QUE ACHA?
- SEI LÁ, O V�CTOR N�O VAI SE ENCOMODAR DE VOC� ESTA LEVANDO UMA PESSOA DE FORA?
- QUE NADA! ELE ADORA GENTE NOVA, GOSTA DE CONVERSAR MUITO SOBRE AS COISAS INTERESSANTES DA VIDA, COMO ELE MESMO DIZ. OUTRO DIA MEU PRIMO MAUR�CIO, QUE MORA NO SUL, VEIO NOS VISITAR E APRESENTEI ELE AO V�CTOR, VOC� ACREDITA QUE O V�CTOR N�O DEMOROU MAIS DO QUE MEIA HORA PRA SE APEGAR COMPLETAMENTE AO MAUR�CIO E DEPOIS SUMIU DURANTE QUASE TODO O DIA VINDO APARECER SOMENTO NO FINAL DA TARDE, COM UM SACO DE PEIXES NAS M�OS, LATAS DE CERVEJA E A MAIOR ALEGRIA, PARECIA QUE JÁ SE CONHECIAM HÁ ANOS! ELE � MUITO COMUNICATIVO, MESMO!
- N�O VOU DIVIDAR DE SUA PALAVRA. JÁ QUE VOC� DIZ QUE N�O HÁ PROBLEMA, PORQUE N�O? N�O �? AT� O FIM DE SEMANA A GENTE ACERTA TUDO DIREITO, E TAMB�M VAI SER UMA �TIMA DESPEDIDA DA CIDADE.
- COMO ASSIM, DESPEDIDA?
- � QUE VOU VOLTAR A S�O PAULO NO DOMINGO.
- HÁ! DOUGLAS! ASSIM N�O VALE N�. POXA VOC� CHEGOU HÁ T�O POUCO TEMPO E JÁ ESTA INDO, POXA!
-O DEVER ME ESPERA QUERIDA E SE EU FICAR UM DIA A MAIS, MAM�E ME MATA!
- EU FALO COM ELA, QUER QUE EU LIGUE E PE�A PRA VOC� FICAR UNS DIAS A MAIS?
-N�O, QUE � ISSO CAMILA, EU NEM POSSO FAZER ISSO, TEM A FACULDADE QUE VAI ESTAR VOLTANDO POR ESSES DIAS TAMB�M E PRECISO AFIAR NOS ESTUDOS, TOCAR O RESTAURANTE COM MEUS PAIS E UMA S�RIE DE OUTRAS COISAS TAMB�M.
- BEM, SE � ASSIM. MAS EU PROMETO IR A S�O PAULO JANTAR COM O V�CTOR NO SEU RESTAURANTE, ISSO �, SE EU FOR CONVIDADA.
- � CLARO! DESDE JÁ ESTEJA CONVIDADA VOC� E O V�CTOR A IREM AT� S�O PAULO, FAREMOS UM �TIMO JANTAR PRA VOC�S.
-OPA! PRA VOC�S UMA �VA! PARA N�S, AFINAL VAMOS JANTAR TODOS NA MESMA M�SA, JUNTOS.
- OK! COMBINADO, JANTAMOS TODOS JUNTOS.
-SABE QUE EU N�O VI O V�CTOR HOJE, ELE SEMPRE PASSA PELA LOJA DEPOIS DO CAF� E HOJE N�O PASSOU. DEVE ESTAR CHEIO DE TAREFAS A CUMPRIR, O PAI VIVE PEGANDO NO P� DELE, COBRANDO UMA ADMINISTRA��O MELHOR DO SEU FUTURO PATRIM�NIO E TODAS AQUELAS COISAS QUE PAI SEMPRE FAZ QUANDO QUER, POR OBRIGA��O, QUE O FILHO SIGA O QUE ELE QUER.
-ELE � UM HOMEM DITADOR ASSIM?
-� MEIO DITADOR SIM. �I, TA A FIM DE PEGAR UMA PISCINA LÁ EM CASA?
-QUANDO?
-AGORA!
-AGORA? MAS ASSIM SEM MAIS NEM MENOS?
-O QUE TEM? SE FOR POR CAUSA DOS MEUS PAIS, N�O SE PREOCUPE, CHEGAM S� A NOITE, EST�O EM FLORIAN�POLIS FECHANDO UM CONTRATO DE UM TERRENO QUE MEU PAI ESTA COMPRANDO POR LÁ.
-SEI N�O.
-HÁ! DOUGLAS, O QUE TEM DE MAIS? E AL�M DO MAIS PODEMOS DEPOIS ALMO�AR UM SALM�O DEFUMADO QUE MINHA M�E COMPROU NO MERCADO CENTRAL, QUE � DAQUI �! VOC� N�O VAI SER LOUCO DE PERDER, VAI?
BOM, ACHEI QUE N�O HAVERIA PROBLEMA EM ALMO�ARMOS JUNTOS E PEGAR UMA PISCINA, CONVERSARMOS E DESCOBRIR, COMO SEM QUERER, MAIS COISAS SOBRE O V�CTOR.
-PODEMOS IR?
-CLARO! VAMOS ENT�O, ME DEIXA S� PEGAR MINHA SUNGA.
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-DOUGLAS, TRÁS PRA MIM A REVISTA QUE ESTA EM CIMA DA MESA.
-QUAL? TEM DUAS!
-A DE FOFOCA!
-VOC� CURTE?
-O QUE?
-FOFOCAS. ESSAS COISAS?
-HÁ! � SEMPRE BOM SABER O QUE ROLA NO MUNDO ART�STICO, E AL�M DO MAIS N�O SOU EU QUEM ESTA FAZENDO A FOFOCA, ENT�O: TUDO BEM!
-O SOL ESTA BEM LEGAL. � DIF�CIL SE VER UM SOL ASSIM EM S�O PAULO, S� CHOVE.
-SABE QUE EU TENHO UM POUCO DE INVEJA DE QUEM MORA LÁ? N�O QUE EU N�O GOSTE DE SOL, MAS � QUE �S VEZES DÁ UMA VONTADE DE CURTIR UM CLIMA FRIO, SACA?
-SACA? � ESTRANHO VOC� FALAR ASSIM. N�O CONBINA COM VOC�.
-O QUE CONBINA COMIGO ENT�O?
-HÁ, SEI LÁ! VOC� PARECE SER T�O MAIS SANTINHA.
-EU? (HAHAHA), IMAGINA, DOUGLAS! SE EXISTE UMA COISA QUE N�O SOU � SANTINHA. N�O VAI CAIR NA ÁGUA N�O?
-VOU ESPERAR MAIS UM POUCO.
-QUER MAIS SUCO? ESTÁ GELADINHO AINDA.
-ACEITO SIM.
-AI, MEU DEUS! DOUGLAS ME RESPONDE UMA COISA?
-CLARO!
-VOC� JÁ SE SENTIU DIVIDIDO?
-COMO ASSIM?
-�... DIGO, AMOROSAMENTE FALANDO.
-QUER DIZER... GOSTAR DE DUAS PESSOAS AO MESMO TEMPO?
-DIGAMOS QUE SIM.
-VOC� N�O VAI ME DIZER QUE...
-ACHO QUE SIM, EU ESTOU APAIXONADA POR OUTRO TAMB�M!
-MAS COMO ASSIM, CAMILA? E O V�CTOR?
-POIS �. EU O AMO MUITO TAMB�M.
-E QUEM QUE � ESSE CARA?
(TRIM! TRIM! TRIM!).
-GUENTA AI, DEIXE-ME ATENDER.
FIQUEI MUITO PREOCUPADO COM A POSS�VEL RESPOSTA DE CAMILA, MAS ESTAVA MUITO FELIZ, POR QUE QUEM SABE SE O AMOR QUE ELA SENTIA POR ESSE OUTRO CARA CRESCESSE, ELA DEIXARIA O CAMINHO LIVRE PRA EU PODER TER A V�CTOR SEM CULPA NENHUMA. O SOL TORRAVA MEUS MIOLOS DE PREOCUPA��ES. CAMILA VOLTA SALTITANTE.
- ERA MAM�E. DISSE QUE DEU UM PROBLEMINHA LÁ EM FLORIPA, COM O CONTRATO, LEMBRA? QUE EU TE FALEI QUE MEU PAI FOI FECHAR UM NEG�CIO? ENT�O DEU ZEBRA E ELES V�O PASSAR A NOITE LÁ PRA RESOLVER TUDO. LEGAL N�?
-POR QUE LEGAL?
-POR QUE VOU FICAR COM A CASA S� PRA MIM HOJE. POSSO TE FAZER UM PEDIDO?
-PODE!
-DORME AQUI COMIGO HOJE.
-DORMIR?
-� DOUGLAS, VAI DIZ QUE SIM. A GENTE PODE FICAR CONVERSANDO AT� DE MADRUGADA E PODEMOS ESTOURAR PIPOCAS.
-SABE QUE � CAMILA...
-HÁ, N�O! N�O TEM DESCULPA.
-MAS EU N�O TROUXE NADA...
-N�O PRECISA! EU TE ENPRESTO UM PIJAMA DO MEU PAI E NA DISPENSA TEM ESCOVA DE DENTE EXTRA, POR TANTO, N�O ACEITO UM N�O COMO RESPOSTA.
-SEI N�O VIU... HÁ, TÁ BOM, TÁ BOM!
-LEGAL! VAMOS NOS DIVERTIR MUITO. QUE TAL IRMOS PRO SALM�O AGORA?
-SERIA UMA BOA PEDIDA, ESTOU COM UM POUCO DE FOME. DEPOIS A GENTE VEM PRA PISCINA.
-COMBINADO! VEM!
A NOITE VINHA CA�NDO. CAMILA E EU NOS DIVERTIMOS MUITO NAQUELA TARDE. NADAMOS, ALMO�AMOS. ESCUTAMOS M�SICA, BRINCAMOS COM A CACATUA QUE ELA TINHA, ERA LINDA (A CACATUA), TODA BRANQUINHA, MAIS PARECIA UM PERIQUITO GIGANTE, LINDA! ESTAVAMOS REALMENTE EXAUSTOS. DEITEI-ME NO SOFÁ E CAMILA ACOMODOU MINHA CABE�A SOBRE SEU COLO, MEXENDO NOS MEUS CABELOS, ADORMECI UNS 25 MINUTOS. ACORDEI COM UM BEIJO EM MEUS LÁBIOS.
- QUE VOC� ESTA FAZENDO, SUA LOUCA?
- N�O CONSEGUI RESISTIR A TENTA��O DE TE BEIJAR DOUGLAS. QUERIA JÁ TER FEITO ISSO HÁ MUITO TEMPO.
- QUER DIZER QUE...
- � VOC� SIM, EU S� N�O ESTAVA SABENDO COMO TE CONTAR ESSA SITUA��O.
- CAMILA, ISSO � INPOSS�VEL! VOC� TEM NAMORADO E N�O � JUSTO QUE VOC� AJA DESTA MANEIRA COM ELE.
- DOUGLAS ACONTECEU! EU N�O PUDE EVITAR. SABE QUANDO VOC� N�O CONSEGUE EVITAR QUE ALGO ACONTE�A, EMBORA VOC� SA�BA QUE � ERRADO? ENT�O, ACONTECEU.
- MEU, MAS... ISSO � LOUCURA! A GENTE N�O DEVIA TER SE APROXIMADO TANTO ASSIM.
- N�O, N�O PONHA CULMA EM NINGU�M DOUGLAS. � CLARO QUE A GENTE DEVIA TER SE CONHECIDO SIM, TEM SIDO T�O BOM AT� AQUI. QUANDO EU TE FALEI QUE ESTAVA DIVIDIDA, ERA VERDADE. N�O SEI O QUE FAZER.
- EU SEI O QUE VOC� VAI FAZER. VOC� VAI ESQUECER TODA ESSA LOUCURA DE UMA VEZ POR TODAS. � MELHOR QUE EU N�O FIQUE AQUI COM VOC� ESTA NOITE.
- DOUGLAS. DESCULPE, N�O VÁ EMBORA, DESCULPE!
- N�O DÁ CAMILA, ME DESCULPE!
SAI DA CASA COM PRESSA, SE EU JÁ ESTAVA CONFUSO, AGORA ENT�O ESTOU CONFUSO AO CUBO. NEM REPAREI QUANDO ESBARREI COM ALGU�M QUE VINHA CHAGANDO.
- DOUGLAS? O QUE VOC� ESTA FAZENDO AQUI?
- ESTOU INDO PRA CASA V�CTOR.
- VOC� ESTA BEM? ACONTECEU ALGUMA COISA?
- N�O, COMIGO N�O ACONTECEU NADA, MAS COM SUA NOIVINHA.
- O QUE VOC� FEZ COM ELA, VOC� N�O CONTOU? CONTOU?
- N�O, FIQUE TRANQUILO! DESTA VEZ FOI ELA QUEM ME SURPREENDEU. PRECISO IR.
- DEPOIS A GENTE CONVERSA.
SAI DALI MAIS QUE DEPRESSA, POIS SENTIA O CLIMA PESANDO NO AR.
- CAMILA! CAMILA!
- ESTOU AQUI, MEU AMOR!
- O QUE HOUVE COM O DOUGLAS? ENCONTREI ELE SAIDO DAQUI AS PRESSAS, ALIÁS, ESBARRAMOS. ACONTECEU ALGUMA COISA?
- NADA DEMAIS, AMOR. � QUE O DOUGLAS � MUITO SENS�VEL AS EST�RIAS QUE ESTAVA CONTANDO A ELE.
- VOC� ESTA DIFERENTE.
- COMO ASSIM?
- N�O SEI BEM DIZER O QUE, MAS TEM ALGO EM VOC� QUE N�O � COMUM.
- AI, V�CTOR CREDO! PARECE CLARIVID�NTE. V� SE PARA COM ISSO HEIN!
AO ENTRAR NO CHAL�, TRANQUEI A MINHA PORTA E SENTEI-ME NO CH�O, DAVA PRA OUVIR AS BATIDAS FORTES DE MEU CORA��O, UM MISTO DE CAN�ASSO COM DOR E AMOR E �DIO AO MESMO TEMPO.
DEPOIS DE UMA CERTA HORA, A QUAL EU N�O ME LEMBRO, RESOLVI SAIR PELA NOITE SOZINHO PRA VER SE A SITUA��O APAZIGUAVA. CAMINHEI ENTRE AS PEDRAS E A TRILHA QUE LEVA A CACHOEIRA, ENCOSTEI EM UMA PEDRA E COMECEI A PENSAR NA VIDA, NAS DECIS�ES QUE DEVIA TOMAR NAS PR�XIMAS HORAS. ACABEI ADORMECENDO ALI MESMO.
ACORDEI DE UMA FORMA DIFERENTE NO DIA SEGUINTE, COM O CANTO DOS PÁSSAROS, ERA COISA PRA GUARDAR NA MEM�RIA PRA SEMPRE, A MATA, O RIO, A CACHOEIRA, A PEDRA, ERA TUDO MAIS QUE PERFEITO, EXCETO O QUE EU ESTAVA SENTINDO POR DENTRO. VOLTEI REVIGORADO PRO CHAL� E EM PASSOS LENTOS. PROCURAVA N�O LEMBRAR QUE TERIA QUE IR, AO CAIR DA NOITE, A FESTA DO PAI DO V�CTOR E O PIOR: COM A CAMILA, MAS TRATO � TRATO EU N�O GOSTO DE FALTAR COM AS PESSOAS, ERA NESSAS HORAS QUE EU ME ODIAVA.
AO CHAGAR, NOTEI QUE O GAROTO QUE ENTREGAVA MEUS P�EZINHOS N�O HAVIA PASSADO, DEVIA SER PELO FATO DE SER SÁBADO, ENT�O TIVE QUE DESCER AT� A ÁREA DO MERCADO NA BAIXA COLINA DO COMPLEXO.
ESTAVA ACONTECENDO UMA FEIRA LIVRE DE FRUTAS, APROVEITEI E COMPREI ALGUMAS P�RAS, DAMASCOS FRESCOS E UVAS. CONVERSEI COM ALGUMAS PESSOAS E PUDE NOTAR QUE ESTAVAM TODOS MUITO ANIMADOS, QUANDO RESOLVI PERGUNTAR A UMA FEIRANTE O POR QUE DESSA ALGAZARRA TODA ELA RESPONDEU-ME QUE ERA POR CAUSA DA FESTA QUE HAVERIA A NOITE DO DONO DO COMPLEXO, DEDUZI LOGO QUE ERA DO PAI DO V�CTOR QUE ESTAVAM FALANDO. MAS A MAIOR SURPRESA VEIO DEPOIS QUANDO AQUELA MESMA SENHORA DISSE QUE SERIA UMA DATA ESPECIAL, POIS O FILHO DO DONO IRIA NOIVAR HOJE E AS COMEMORA��ES SERIAM EM DEBRO. BOQUIABERTO, PERGUNTEI A SENHORA O NOME DO FILHO QUE IRIA NOIVAR, ELA RESPONDEU O QUE EU ESTAVA REZANDO PARA N�O OUVIR: V�CTOR!
QUE �DIO QUE SENTI NAQUELE INSTANTE. ELE HAVIA MENTIDO PRA MIM ESSE TEMPO TODO, E EU ACREDITANDO EM TUDO, QUE BESTA!
A SENHORA CONTINUOU FALANDO E EU ALI, PARALIZADO COMO SE ESTIVESSE EM TRANSE. SAI DA FEIRA COM MEUS P�ES E VOLTEI AO CHAL�, QUERIA N�O PENSAR EM NADA DO QUE TINHA OUVIDO PRA PODER AO MENOS TOMAR O MEU CAF� EM PAZ. DEPOIS EU PENSARIA NISSO. FOI PIOR, POIS QUANDO PAREI PRA PENSAR O P�SO DOBROU E A DOR FOI MAIOR, MAS EU SABERIA O QUE FAZER HÁ COMO SABERIA!
FUI ATENDER A PORTA E QUANDO ABRI DEI DE CARA COM O RAPAZ DA LAVANDERIA COM ALGUMAS PE�AS MINHAS LAVADAS E PASSADAS, RECEBI E O AGRADECI. INTERFONEI NA PORTARIA E PEDI QUE ALGU�M VIESSE TRAZER MEU CARRO, PRECISAVA DAR UM PULO NA CIDADE PARA ALUGAR ALGO PARA O EVENTO. NO CAMINHO DIRIGI TENTANDO ESQUECER TUDO O QUE HAVIA ACONTECIDO AT� ALI, COLOQUEI O MEU CD DA SHAKIRA E LÁ FUI EU, TODO DAN�ANTE DENTRO DO CARRO. ALUGUEI O MELHOR QUE PUDE ENCONTRAR NAQUELA LOJA, DISSE QUE MANDARIA ENTREGAR DEPOIS DA FESTA, ESTAVA QUASE TUDO ESGOTADO, POIS PRATICAMENTE IPATINGA INTEIRA TINHA SIDO CONVIDADA PARA ESSE ANIVERSÁRIO, EU S� ESPERAVA QUE N�O FOSSE CHATO COM AQUELE PAPO DE VOC� LEMBRA QUANDO A GENTE FAZIA..., E TAL.
TROUXE UM SAPATO LEGAL, TAMB�M. QUANDO VOLTEI JÁ ESTAVA QUASE ESCURO, POIS SOU UM DESASTRE PARA ESCOLHER AS COISAS E DEPOIS, AT� O CARA TIRAR TODAS MINHAS MEDIDAS E EU AINDA PASSAR NA LOJA DE CAL�ADOS E PEDIR QUE ME TROUXESSEM QUASE TODO O ESTOQUE PRA QUE EU PODESSE ESCOLHER APENAS UM PAR, DAVA UNS DOIS DIAS SE DEIXASSEM.
TOMEI UM BELO BANHO, DEMORADO, N�O TINHA PRESSA NENHUMA POR QUE A FESTA S� COME�ARIA �S 21:00. TROQUEI-ME CALMAMENTE E N�O QUERIA LEMBRAR QUE POR DENTRO EU ESTAVA FERVENDO DE RAIVA. OLHEI-ME NO ESPELHO E NOTEI O MEU TOTAL ALINHAMENTO. MEU CELULAR TOCOU E FUI VER QUEM PODERIA SER.
- AL�?
- OI, DOUGLAS! � A CAMILA. TUDO BEM?
- OI, CAMILA. TUDO. QUE MANDA?
- AINDA ESTA EM P� A FESTA DE HOJE?
- JÁ ESTOU PRONTO, S� FALTA AJEITAR OS CABELOS.
- LEGAL! PASSO AI EM 19 MINUTOS, OK?
- N�O! N�O, VAMOS MARCAR LÁ NA PONTE DO RIO, FICA PROXIMO A CASA DO V�CTOR MESMO.
- POR MIM TUDO BEM. A QUE HORAS?
- �S 21:30 ESTÁ BOM PRA VOC�?
- EXCELENTE!
- ENT�O TE ENCONTRO NA PONTE. AT� JÁ!
- BEIJOS! TCHAU!
PASSEI UM GEL NOS CABELOS E TOMEI UM CALMANTE ANTECIPADAMENTE, COMI UM POUCO DE LAZANHA QUE TINHA FEITO PRO ALMO�O, MAS ACABEI NEM TOCANDO, ESCOVEI MEUS DENTES, RESPIREI FUNDO E LÁ FUI EU EM DIRE��O A PONTE NA PARTE BAIXA DO COMPLEXO.
CAMILA ESTAVA SENTADA SOBRE A PONTE COM UM VESTIDO PRATEADO LINDO. ELA ERA MEIO MOLECA, SACA? DO TIPO QUE SE SENTA DE PERNAS ABERTAS E COSPE SEM PUDOR NENHUM, SENDO ASSIM, N�O ESTRANHEI DELA ESTAR SOBRE O CORRIM�O DA PONTE COM SEUS SALTOS NAS M�OS.
EU A CUNPRIMENTEI E FOMOS A FESTA.
CHAGAMOS AO PORT�O E SENTI UM FRIU NA BARRIGA, MAS ENTREI.
ASSIM QUE PONHO MEUS P�S DENTRO DA CASA A PRIMEIRA PESSOA QUE VEJO EM MINHA FRENTE FOI V�CTOR, ELE ESTAVA LINDO DE VIVER. SEU CORPO DENTRO DE UM SMOKE FICAVA AINDA MAIS LINDO. E AQUELES OLHOS CHEIOS DE VIDA E D�VIDAS ME FITAVAM DE UMA FORMA DESCOMUNAL, SE ELE N�O TIVESSE MENTIDO PRA MIM EU SERIA CAPAZ DE SALTAR EM SEU PESCO�O NAQUELE MESMO INSTANTE E O BEIJARIA PROFUNDAMENTE.
- AMOR, VOC� ESTA AI! D� UMA OLHADA NO DOUGLAS, ESTA ELEGANTE N�O ESTA?
- ESTA BEM DIFERENTE, DOUGLAS.
- VOC�, TAMB�M, FICA DIFERENTE EM UM SMOKE. ALIÁS, QUALQUER UM FICA DIFERENTE DENTRO DE UM SMOKE.
NA VERDADE EU QUERIA TER DITO QUE SOMENTE ELE FICAVA BEM DENTRO DE UM SMOKE, FICAVA GOSTOSO, MAS AINDA BEM QUE PUDE SEGURAR A MINHA L�NGUA!
- ONDE ESTA O ANIVERSARIANTE, V�CTOR?
- ELE ESTA ALI, JUNTO AQUELES SENHORES. O QUE ESTA DE LEN�O AZUL � O MEU PAI, Sr. GUSTAVO. VENHA, DEIXE EU LHE APRESENTAR A ELE.
- N�O PRECISA. EU MESMO ME APRESENTO. COM LICEN�A.
CAMILA FICOU COM V�CTOR FAZENDO CONPAHIA, ENQUANTO EU IA FALAR COM O DITADOR.
- COM LICEN�A SENHORES! Sr. GUSTAVO?
- SIM? SOU EU.
- MEUS PARAB�NS PELO SEU ANIVERSÁRIO.
- OBRIGADO! QUEM � VOC� MEU JOVEM?
- SOU, DOUGLAS. ESTOU EM F�RIAS AQUI EM SEU COMPLEXO, MUITO BONITO POR SINAL.
- OBRIGADO, MAIS UMA VEZ. EM QUAL CHAL� VOC� ESTA?
- NO DO ALTO DA COLINA.
- HÁ, SIM! FEZ UMA BOA ESCOLHA. AQUELE � UM DE NOSSOS MAIORES CHAL�S AQUI NO COMPLEXO.
- N�O DUVIDO. � MUITO CONFORTÁVEL SIM.
- SABE, TENHO UM FILHO QUE DEVE TER A SUA IDADE MAIS OU MENOS. DEVIA CONHEC�-LO, ACHO QUE SERIAM MUITO AMIGOS. MEU V�CTOR TRABALHA AQUI COMIGO E ESTOU PREPARANDO ELE PARA ME SUCEDER NOS NEG�CIOS, � UM BOM RAPAZ.
- E COMO �! (PENSEI COM MEUS BOT�ES).
- POR FALAR NISSO OLHA ELE ALI, VENHA AQUI MEU GAROTO, DEIXE EU LHES APRESENTAR.
COMECEI A ACHAR EMGRA�ADO AQUELA SITUA��O E DEIXEI ROLAR.
- FILHO!
- OI PAI.
- QUERIA LHE APRESENTAR ESTE EXCELENTE JOV�M. COMO � MESMO SEU NOME?
- DOUGLAS.
- ISSO! DOUGLAS � O NOME DELE. � NOSSO H�SPEDE E DEVE ESTAR SENTINDO-SE MEIO QUE SOZINHO NO MEIO DESSA GENTE ESTRANHA, PODERIA CONVERSAR COM ELE E LHE APRESENTAR UMAS AMIGAS SUAS, O QUE ACHA?
- PODE SER PAI.
- BOM, ACHO QUE VOC� ESTA EM BOAS M�OS, DOUGLAS. MEU FILHO CONHECE CADA GATINHA QUE VOC� VAI GUARDAR MUITAS LEMBRAN�AS DE IPATINGA E TODAS AS SUAS F�RIAS VAI QUERER VIR FICAR AQUI COM A GENTE.
- ESPERO QUE SIM, Sr. GUSTAVO!
- COM LICEN�A, PRECISO RECEBER OS MEUS CONVIDADOS. FOI UM PRAZE MEU RAPAZ.
- IMAGINE, O PRAZER FOI TODO MEU. FELIZ ANIVERSÁRIO!
- OBRIGADO.
O VELHO RETIROU-SE E FICAMOS N�S TRES, CAMILA, V�CTOR E EU. OLHAMOS UM PRO OUTRO E RIMOS COM A SITUA��O QUE JÁ PASSAVA DE ENGRA�ADA. MAS AINDA N�O ESQUECIA A RAIVA QUE EU TINHA.
CAMILA COME�A A AGARRAR V�CTOR E BEIJÁ-LO NA MINHA FRENTE. ACHO QUE ELA QUERIA SER UMA DONA FL�R, S� QUE COMIGO N�O TINHA DESSAS N�O, O MARIDO TINHA QUE SER S� MEU. PEDI LICEN�A E DEI UMA VOLTA PELO SAL�O. OS GAR�ONS ESTAVAM SERVINDO COMES E BEBES. ERA TUDO MUITO CHIQUE NAQUELE LOCAL, ALIÁS, A FAM�LIA DE V�CTOR TINHA GRANDES POSSES E N�O SE INPORTAVAM NENHUM POUCO EM MOSTRAR ISSO. A M�E DE V�CTOR N�O PODE ESTAR PRESENTE PELO FATO DE ESTAR VIAJANDO PELA FRAN�A COM AS SUAS AMIGAS PERUAS. SOMENTE V�CTOR PARECIA SER O MAIS SIMPLES NAQUELA FAM�LIA. PEGUEI UMA TA�A DE CHAMPANHE E NOTEI QUE V�CTOR MESMO DAN�ANDO COM SUA COISINHA, N�O TIRAVA OS OLHOS DE MIM, COMO QUEM ME VIGIANDO A CADA PASSO. APROVEITEI O INTERESSE DELE EM MEUS MOVIMENTOS E COMECEI O MEU JOGO DO TROCO. TROQUEI MINHA TA�A VAZIA POR UMA CHEIA E CONTINUEI ANDANDO PELO SAL�O. SEM PUDOR NENHUM FITAVA ALGUNS CARAS QUE ESTAVAM PRESENTES NA FESTA E QUE EU SACAVA TER AQUELE TIPO, CHEGADO NA COISA, VOC�S SABEM, A GENTE CONHECE QUEM � E QUEM N�O �, PARECE QUE SOMOS DOTADOS DE UM SENSOR QUE PISCA QUANDO ENCONTRAMOS ALGU�M COM O MESMO FILING. PERCEBI UM OLHAR DE RETRIBUI��O DE UM CARINHA QUE ESTAVA ME SECANDO, AT� QUE ELE ERA BONITINHO, ENT�O ERA A HORA DE MOVIMENTAR MINHA RAINHA.
FUI EM DIRE��O AO CARA, O CUMPRIMENTEI COM UM FORTE APERTO DE M�O. APRESENTEI-ME E PERGUNTEI SE ELE ESTAVA SOZINHO AO QUE DISSE QUE ESTAVA COM ALGUMAS AMIGAS. PERGUNTEI SE ELE SE INPORTARIA DE IRMOS DAR UMA VOLTA, AO QUE SEM GAGUEJAR RESPONDEU QUE N�O. E FOMOS N�S PARA OS JARDINS DA CASA. V�CTOR PERCEBEU QUE ESTAVAMOS SA�NDO E FICOU DE OLHO, ANGUSTIADO, TENTANDO ACHAR UMA BOA DESCULPA PARA SE LIVRAR DE CAMILA, FOI DIF�CIL, MAS ELE CONSEGUIU E VEIO ATRÁS DE MIM.
EU ESTAVA CONVERSANDO COM O RAFAEL, O CARA QUE ME FITAVA, E CHEIO DE SORRISOS E M�OS. SACA AQUELA DE FICAR CONVERSANDO E COLOCANDO AS M�OS PELOS OMBROS? ENT�O. � AI QUE TUDO CAME�A, SABIAM?
ESTAVA EU LA COM O RAFAEL, NA MAIOR QUANDO V�CTOR CHAGA E JÁ FOI LOGO FALANDO:
- DÁ O FORA, GAROTO!
- COMO � QUE �?
- � ISSO MESMO QUE VOC� OUVIU. DÁ O FORA SE N�O QUISER QUE EU LHE PARTA A CARA.
V�CTOR CONSEGUIU INTIMIDAR RAFAEL QUE SAIU E ME FEZ UM GESTO QUE CONVERSAR�AMOS DEPOIS.
- ELE TEM NOME, VOC� SABIA? SEUS PAIS N�O LHE ENSINARAM A TRATAR OS OUTROS PELO NOME N�O?
- EU N�O ESTOU NENHUM POUCO INTERESSADO SE ELE TEM OU N�O NOME. EU N�O ESTOU NEM AI PRA ELE. E QUE HIST�RIA � ESSA DE VOC� FICAR DANDO EM CIMA DOS OUTROS NA MINHA FRENTE?
- COMO ASSIM? EU N�O TENHO NADA COM VOC�. OU TENHO?
- CLARO QUE TEMOS!
- EU ACHO QUE DESSE RELACIONAMENTO S� VOC� ESTA SABENDO.
- N�O SE FA�A DE BESTA. VOC� QUER ME TIRAR DO S�RIO, SEU LOUCO?
- POR QUE? EU SOU LIVRE PRA FAZER O QUE EU BEM ENTENDER. POSSO PAQUERAR QUEM EU QUISER, SABIA?
- N�O ME PROVOQUE, SEU LOUCO.
- N�O ESTOU PROVOCANDO NINGU�M, AT� MESMO PORQUE N�O TEMOS NADA. E JÁ � A SEGUNDA VEZ QUE VOC� ME CHAMA DE LOUCO EM MENOS DE UM MINUTO, DA TERCEIRA TE ACERTO O NARIZ.
- PARECE QUE � VOC� QUEM ESTA QUERENDO ME DEIXAR LOUCO. EU JÁ N�O TE DISSE QUE VOU DAR UM JEITO COM RELA��O � CAMILA?
- SERÁ QUE VAI DAR TEMPO?
- EU N�O QUERO VER VOC� OLHANDO PRA ESSES VIADINHOS QUE EST�O NA FESTA S� PRA ME PROVOCAR.
- SABIA QUE VOC� � IGUALZINHO AO SEU PAPAIZINHO DITADOR?
- EU N�O ESTOU MANDANDO, ESTOU PEDINDO, DROGA!
- VOU LHE REPETIR PELA �LTIMA VEZ. EU N�O TENHO E N�O QUERO TER NADA COM VOC� ESTA OUVINDO?
- HÁ, �? N�O? N�O, MESMO? ENT�O V� SE N�O FICA FAZENDO O SEU TEATRINHO, JUNTO COM ESSES MARICOTAS PRA ME PROVOCAR.
- PORQUE? VOC� VAI QUERER TODOS S� PRA VOC�? HÁ �! QUEM SABE VOC� N�O CONHECE MAIS UM MENBRO DA FAM�LIA PRA IR PESCAR E BEBER CERVEJAS COMO UMA VACA S� VOLTANDO NO FINAL DO DIA, N�O �? Sr. V�CTOR?
- DO QUE ESTA FALANDO?
- ESTOU FALANDO DO PRIMINHO DE SUA NOIVINHA, O MAUR�CIO. OU PENSA QUE EU N�O SEI?
- SABE DO QUE?
- QUE VOC� E ELE SUMIRAM NUMA TARDE SENDO QUE MAL SE CONHECIAM. ESTAVAM FAZENDO O QUE? N�O, N�O. DEIXE ADIVINHAR! A VARA DE PESCAR QUEBROU E ELE PEGOU NA SUA VARA DE PESCAR E ACABOU FISGANDO UM PEIX�O PELO JEITO N�O �?
- DEIXA DE SER BOBO, N�O � NADA DISSO. O MAUR�CIO PEDIU MINHA AJUDA PRA ENSINA-LO A PESCAR, DISSE QUE GOSTAVA, MAS N�O SABIA E ACABEI INDO COM ELE E PESCAMOS A TARDE TODA. APROVEITAMOS PRA TOMAR CERVEJAS E VOLTAMOS PRA CASA COMEMORANDO POR TERMOS PEGO TANTO PEIXE, ELE ESTAVA EUF�RICO COM A NOVA HABILIDADE, SEU LOUCO!
- EU LHE AVISEI...
ENCHI A M�O PRA DAR UM MURRO DA CARA DE V�CTOR, MAS ELE SEGUROU MINHA M�O NO AR E ME JOGOU NA PAREDE COBERTA DE FOLHAGENS DE TREPADEIRA, ME DANDO UM BEIJO QUE ME AMAN�OU DE UM JEITO...
AFASTEI-ME DELE DE UMA S� VEZ. FOI S� O TEMPO DE FAZER ISSO E CAMILA APARECEU DIZENDO QUE ESTAVA PROCURA
